Mercado

Balança comercial atinge o maior superávit na série histórica anual

Dados do relatório de Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta quinta-feira (21), pela Fundação Getulio Vargas (FGV), apontam superávit de US$ 89,5 bilhões.

Resultados da Balança Comercial de novembro

Na comparação do acumulado do ano até novembro, a variação em valor das exportações foi de 1,0%. Esse pequeno valor se explica pela queda de preços em 7,0% que compensou parte do aumento do volume em 8,7%.

O aumento das exportações está associado ao desempenho das commodities. No acumulado do ano até novembro de 2023 em relação a igual período de 2022, a variação do volume exportado das commodities foi de 13,5%. Porém os preços das commodities caem no acumulado do ano em 9,5%. 

No mês de novembro, a variação em volume do complexo soja foi de 60,4%. Já as carnes, tiveram queda de 3,1%. Segundo relatório, os preços caem para todas as commodities, exceto outros produtos agrícolas. 

E a indústria agropecuária liderou o volume exportado no mês de novembro, com variação de 51,9% em relação a igual período de 2022.

Os especialistas do setor de agropecuária esperam que o país tenha a segunda maior safra em 2024, após a de 2023. E mesmo que o volume da agropecuária recue em relação a 2023, o nível da safra será positivo para as exportações.

Entre os principais compradores a China explicou 52,3% do superávit de US$ 89,5 bilhões da balança comercial do Brasil no acumulado do ano até novembro.

BOX: O que esperar da Argentina?
Na edição do ICOMEX de novembro escrevemos que a vitória de Milei na Argentina levanta preocupações para o comércio externo brasileiro. Os riscos surgiriam com as incertezas trazidas por pronunciamentos durante a campanha presidencial. A saída unilateral do país do Mercosul, se ocorresse traria impactos negativos para as exportações brasileiras beneficiadas com acordos (caso automotivo) e tarifas preferenciais.

O pragmatismo, porém, prevaleceu. Acenos da importância do Brasil para a Argentina foram reiterados pelo novo presidente. Pode ser que o novo governo queira voltar ao tema do fim da união aduaneira ou reforma da tarifa externa comum. Nesse caso é uma pauta que já faz algum tempo ronda o cenário do Mercosul.
Quanto ao futuro da Argentina com as medidas do novo governo é outra questão. De qualquer forma a esperada piora no crescimento da Argentina indica que as exportações brasileiras deverão continuar declinando para o mercado argentino.

Com informações FGV