A previsão é ousada e otimista: a América do Sul, atualmente responsável por 40% do comércio global de carne bovina, está rumo a um avanço significativo nos próximos cinco anos, atingindo a marca de 50%. Quem faz essa estimativa é Fernando Galletti de Queiroz, CEO da Minerva Foods, o maior frigorífico exportador da proteína no continente.
Durante o Minerva Day, Queiroz destacou a projeção afirmando que “50% do comércio mundial estará em nossas mãos em menos de cinco anos, enquanto atualmente detemos 40% desse mercado”.
Entre os diferenciais da América do Sul que impulsionarão esse crescimento, Queiroz ressalta não apenas a competitividade e a abundância de gado, mas também a maior disponibilidade de mão de obra em comparação com a América do Norte, especialmente para a indústria pecuária. “A disponibilidade de mão de obra no Hemisfério Norte não vai mudar. É muito mais econômico e competitivo em termos de custos trabalhar com mão de obra na América do Sul do que na América do Norte”, enfatizou.
Alexandre Mendonça de Barros, sócio da consultoria MB Agro, também destaca um aspecto crucial: a capacidade de resposta da América do Sul aos avanços tecnológicos na pecuária. “O sistema é extremamente dinâmico. Estamos produzindo mais bezerros com o mesmo número de fêmeas. Ainda não sabemos o tamanho desse aumento de produtividade devido à genética e à fertilização”, comentou durante o evento.
Diante desse cenário, Queiroz acredita firmemente que a Minerva Foods está estrategicamente posicionada como a empresa mais diversificada e no melhor lugar do planeta para a produção de carne bovina. Isso se alinha com a estratégia recente da Minerva, que adquiriu 16 unidades da Marfrig, ampliando assim sua presença no continente.
“Passamos por três momentos transformacionais: a aquisição dos ativos de bovinos da BRF; a compra dos ativos da JBS em 2017, que permitiu uma estratégia consistente de diversificação geográfica; e agora a aquisição da Marfrig, que nos consolida como um importante player na América do Sul”, afirmou Queiroz.
Fonte: Globo Rural