Eventos

"Somos protagonistas na produção nacional de arroz", diz presidente da Federarroz

Evento terá a visita de representantes de 17 países e expectativa de público de 7 mil pessoas além da participação de cerca de 90 expositores

São esperadas cerca de sete mil pessoas durante a 32ª edição da Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas. “A expectativa de público é de três mil pessoas online e em torno de sete mil pessoas de forma presencial no evento”, informou o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira (24).

“Nós temos um protagonismo na produção nacional, o que nos traz uma responsabilidade muito grande em apresentar aos produtores as ferramentas necessárias para uma boa condução dos seus negócios. […] A abertura da colheita do arroz é um evento consolidado a nível nacional muito respeitado pelo seu profissionalismo”, ressalta Alexandre Velho.

O evento é uma realização da Federarroz, correalização da Embrapa Clima Temperado e apoio do Irga. “Durante o evento vamos mostrar as melhores tecnologias para lavoura orizícola, […] para deixarmos um novo marco para o setor”, afirma presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Rodrigo Machado.

O coordenador técnico da Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, André Andres, lembrou que este é o quarto ano da Abertura da Colheita na Estação Experimental Terras Baixas, o que é motivo de orgulho pela confiança da Federarroz. Conforme Andres, isto quer dizer que algumas coisas estão dando certo, como as vitrines tecnológicas que iniciaram na safra 2018/2019 com três hectares e hoje, na safra 2020/2021, já supera os nove hectares. “Lá atrás nós falávamos de arroz e ainda tinha milho e soja, e atualmente é uma realidade os grãos, com a entrada da integração com a pecuária. É muito bom participar desse crescimento”, observou. Andres colocou, ainda, que a Abertura da Colheita do Arroz  é o maior evento dentro da Embrapa no Brasil, com o envolvimento de mais de nove unidades da empresa.

Evento

Temas que preocupam os orizicultores, a questão dos custos de produção da lavoura, situação da produção e mercado, serão debatidos durante o evento; que ocorre entre os dias 16 a 18 de fevereiro na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado. O tema ‘A produção de alimentos no pós-pandemia. Novos patamares, novos desafios’ será o eixo central da programação do evento.

Serão 3 dias de Roteiro Técnico nas Vitrines Tecnológicas, Palestras, Fóruns, Reunião da Câmara Setorial Nacional do Arroz, Feira e Homenagens “Pá do Arroz”. E no último dia (18) às 14hs, ocorrerá o Ato Simbólico da Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas na sede da Embrapa de Capão de Leão/RS.

Neste ano, ocorrerá de forma inédita a visita do Fundo Latinoamericano de Arroz Irrigado (Flar a sigla para o nome em espanhol) que fará sua primeira reunião presencial após dois anos e estão programados para conhecerem o evento. “O Flar vem colaborar e engrandecer ainda mais a Abertura da Colheita do Arroz que tem, neste ano, a confirmação da presença de mais de 17 países”, colocou Alexandre Velho; ressaltando que a programação do evento contará com pautas de mercado, tendências em relação à demanda alimentar, cenários e perspectivas, sustentabilidade na área ambiental, inovação e tecnologia, assim como gestão eficiente da pecuária.

“Temos confirmados mais de 90 expositores este ano, e 40 vitrines tecnológicas, trazendo um evento cada vez mais profissional. […] Temos a participação confirmada das universidades e autoridades que vem a colaborar e engrandecer ainda mais este grande evento”, salienta presidente da Federarroz.

“É importante a presença do nosso produtor para olhar in loco e conversar com os nossos técnicos e extensionistas, olhar de perto o que está se fazendo e o que está se buscando para o futuro da cadeia orizícola”, colocou Machado.

Custos de produção

O presidente do Irga, aponta que os maiores impactos nos custos de produção devem ocorrer na próxima safra. “Esta safra 2021/22 ainda não teve o impacto que certamente a lavoura 2022/23 terá. Nesta safra aumentamos em torno de 15% a 25% de custos, mas na próxima safra as altas devem ser de 30% até 50. No entanto, esperamos que isso não se confirme, a própria ministra, Tereza Cristina, sugere que os fertilizantes iram se realocar e que os produtores não comprem nesse momento”, frisa.

Os levantamentos sobre perdas ainda estão sendo feitos, mas certamente haverá uma diferença na produção total. A seca tem se agravado o que torna o cenário preocupante em relação à custos e preços “com uma queda de mais de 40% pago aos produtores e isso nos traz uma obrigação maior de altas produtividades. Por isso falamos da intensificação dos sistemas de produção. Isso nos trará estas altas produtividades e fará com que os produtores tenham melhores condições de enfrentar este momento preocupante”, destacou Alexandre Velho.

Durante o evento, com o tema “Custos de produção como diferencial estratégico”, o painel terá a participação do sócio da consultoria Safras & Cifras, Alessandro Azevedo Acosta, e do diretor comercial do Irga, João Batista Camargo Gomes, com a moderação do engenheiro agrônomo e produtor rural em Camaquã (RS), José Carlos Gross. “Um tema atual e que nos preocupa muito. Enfim, um programa que se encaixa muito bem neste viés que a Federarroz acredita que é a rotação de culturas. E teremos ainda as homenagens com a entrega da Pá do Arroz”, comenta presidente da Federarroz.

Situação das lavouras

A produção de arroz não deve ultrapassar a produtividade de 8,5 mil quilos por hectare nesta safra devido ao estresse hídrico provocado pela estiagem. “Agora estamos em período reprodutivo, creio que em duas semanas podemos ter dados mais precisos sobre as lavouras. Porém, na safra passada a produção foi de 9 mil quilos por hectare e 950 mil ha de área plantada. Nesta safra a área plantada não mudou muito, porém não acredito em uma produtividade acima dos 8 a 8,5 mil quilos por hectare”, alerta presidente da Federarroz.

O presidente do Irga lembrou que a instituição organizou um comitê de monitoramento dos efeitos da estiagem e semanalmente tem colocado este relatório para conhecimento de toda a cadeia produtiva. “Estamos fazendo estes levantamentos com muito cuidado e atenção”, reforçou. “Não podemos emitir um parecer sobre a perda da produção, porque ainda é muito cedo. Mas, sabemos que algumas áreas de todas as regiões estão com problemas, mas precisamos fazer levantamentos precisos. Pois, não queremos minimizar a situação e nem criar um terrorismo climático”, frisa.

Prevenção

Todos os protocolos vigentes serão seguidos trazendo segurança aos visitantes. “Alteramos a parte do auditório que agora é aberto, o uso obrigatório da máscara, álcool em gel. Lembrando que no último evento, quando a vacina ainda não havia alcançado grandes números, nós não tivemos registro de nenhum caso de Covid-19”, informa Alexandre Velho.

Gargalos do Arroz