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Estiagem, queda da produtividade e altos custos de produção geram “tempestade perfeita”

À frente da área de insumos e sementes da cooperativa catarinense Copercampos há 32 anos, o Diretor Executivo Laerte Júnior considera que o agronegócio vive uma tempestade perfeita. Os altos custos de insumos e as dificuldades de suprimento se somam à estiagem, além dos desafios impostos pela guerra na Ucrânia.

“Já havia uma escassez de fertilizantes, também de defensivos, de alguns ativos. A gente vai ter que avaliar a questão de fretes marítimos, que cresceu demais, e vamos ter que ver o impacto dessa guerra, qual é a dimensão que ela vai tomar e quais sanções vão ser feitas”, avaliou o diretor durante o 26º Show Tecnológico.

Ainda assim, o momento não é considerado tão prejudicial para o agronegócio brasileiro, por estar finalizando uma safra. No caso da cooperativa, o diretor afirma que as compras foram antecipadas nos volumes necessários de fertilizantes e defensivos.

Custos de produção

O aumento exponencial dos custos de produção também dificulta a realização das safras de inverno e verão 2022/23. “O custo de produção para a próxima safra 2022/23 praticamente inviabiliza a produção de soja, o custo da soja está em torno de 62 a 65 sc/hc”, destaca Laerte. Com isso, o diretor afirma que é preciso trabalhar em perfil de solo.

“Não é hora de investir em maquinário, não é hora de investir em [comprar] terra, é hora de investir na terra que ele tem, na correção do solo, em trabalhar a adubação e fazer a coisa corretamente”, aconselha o diretor aos produtores. É recomendado que esse investimento seja feito agora para que haja reserva de água. “Quem não trabalhar em perfil de solo e investir no seu solo neste momento vai ter dificuldades”, resume.

Sementes

A Copercampos esperava colher 1,8 milhão de sacas de sementes nesta safra, no entanto a estimativa já caiu para 1,6 milhão. Apesar do fornecimento para os cooperados estar garantido, o diretor faz um alerta: “acreditamos que vai haver sim uma falta de disponibilidade de sementes, está muito forte, eu nunca tinha visto isso nesses meus 32 anos de cooperativa, nunca vi esse problema, então acredito que vai ser muito grave”, disse Laerte. Desta forma, é recomendado que o produtor se adiante para garantir o produto que deseja e a qualidade das sementes.