Economia

Setor agropecuário puxa queda do PIB no terceiro trimestre do ano

O Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, recuou 0,1% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior. A queda foi puxada pelo setor agropecuário, que teve perdas de 8%. O encerramento da safra de soja e fatores climáticos influenciaram a queda.

O PIB do país, no período, somou R$ 2,2 trilhões. Os dados foram divulgados hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o terceiro trimestre de 2020, no entanto, houve uma alta de 4%. O PIB também acumula alta no período de 12 meses (3,9%).

A indústria manteve-se estável no período. Por outro lado, a alta de 1,1% do setor de serviços evitou um recuo maior do PIB no terceiro trimestre. A construção cresceu 3,9% e evitou uma queda da indústria.

Sob a ótica da demanda, os investimentos caríram 0,1%. O consumo das famílias cresceu 0,9%, enquanto o consumo do governo subiu 0,8%. No setor externo, houve quedas nas exportações (-9,8%) e importações (-8,3%) de bens e serviços.

Além disso, o IBGE também divulgou uma revisão do desempenho do PIB em 2020. A taxa de queda de 4,1%, informada anteriormente, foi corrigida para um decréscimo de 3,9%.

Setor Agropecuário

O impacto da agropecuária foi o principal fator para a queda do PIB. Quando excluído o setor, o PIB cresceria na ordem de 0,3% a 0,4% no terceiro trimestre, afirma nota da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia.

O encerramento da safra de soja, que fica mais concentrada no primeiro semestre do ano, foi um dos principais causadores da queda. “Como ela é a principal commodity brasileira, a produção agrícola tende a ser menor a partir do segundo semestre. Além disso, a agropecuária vem de uma base de comparação alta, já que foi a atividade que mais cresceu no período de pandemia e, para este ano, as perspectivas não foram tão positivas, em ano de bienalidade negativa para o café e com a ocorrência de fatores climáticos adversos na época do plantio de alguns grãos”, afirma a pesquisadora Rebeca Palis, do IBGE.

O Ministério da Economia afirma que os fatores climáticos influenciaram os resultados. “É fundamental distinguir o que é política econômica de fatores climáticos adversos e pontuais da natureza. A maior crise hídrica em 90 anos de história e a ocorrência de severas geadas tiveram impacto tanto em setores intensivos em energia como em setores que dependem do clima, como agricultura”, avaliou a secretaria.

Avaliação

A SPE afirma na nota que “mais importante do que considerar o número do crescimento, é observar a sua qualidade”. “Há elevação da taxa de poupança e da taxa de Investimento (FBCF/PIB), retornando o patamar do começo da década passada. Dessa forma, salienta-se a melhora na qualidade do crescimento do PIB brasileiro”, diz a secretaria.

O comunicado também destacou a “recuperação do mercado de trabalho informal, com a volta em direção aos níveis pré-pandemia”. O nível de ocupação ainda se encontra abaixo dos níveis pré-crise, e espera-se o seu retorno à média histórica, o que deve contribuir para crescimento econômico no ano que vem”, ressaltou.

A secretaria citou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua que mostrou criação de 3,6 milhões de vagas de trabalho, no terceiro trimestre, com aumento médio de 1,2 milhão de postos de trabalho por mês.

Fonte: Agência Brasil