Nesta quinta-feira (13), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 10º levantamento de grãos, revelando que a produção brasileira de grãos na safra 2022/2023 deverá atingir a marca de 317,6 milhões de toneladas.
Conforme a Companhia, este número representa um crescimento significativo de 16,5% em relação à safra anterior, ou seja, um aumento de 44,9 milhões de toneladas. Essa estimativa consolida as previsões anteriores como a maior já registrada no país.
Segundo o levantamento, o resultado também supera em 0,6% a estimativa divulgada em junho. Esse acréscimo se deve, principalmente, ao melhor desempenho das lavouras de milho segunda safra observado no último mês, juntamente com o crescimento da área semeada com trigo e as boas condições climáticas.
“Esse ajuste reforça a safra recorde brasileira”, ressaltou o presidente da Conab, Edegar Pretto. “A agricultura brasileira vem demonstrando sua força e potencial para alcançar números cada vez mais elevados, com investimentos constantes que permitem aumentos de produtividade”.
De acordo com o boletim, a produção de soja também alcançará um recorde, estimada em 154,6 milhões de toneladas, um aumento de 23,1% (equivalente a 29 milhões de toneladas) em comparação com o ciclo anterior.
Já para o milho, a previsão é de uma produção de 127,8 milhões de toneladas, considerando as três safras, representando um aumento de 12,9% (ou 14,6 milhões de toneladas) em relação à safra de 2021/2022.
“Observamos um avanço mais lento na área colhida do milho segunda safra, o que era esperado devido ao atraso no plantio e colheita da soja em diversas regiões, além da diminuição das temperaturas durante a maturação dos grãos. Mesmo assim, o cenário continua extremamente positivo para a produção do cereal”, explicou o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos.
Outras culturas, como algodão, feijão e sorgo, também apresentaram aumentos na produção. No entanto, o arroz e alguns cultivos de inverno, como aveia, centeio e trigo, indicam uma redução no volume produzido em comparação com a safra anterior.
Em relação à área plantada, o levantamento estima um total de 78,2 milhões de hectares, um aumento de 4,9% (equivalente a 3,7 milhões de hectares) em relação à safra de 2021/2022. Os maiores incrementos são observados nas culturas de soja, com 2,6 milhões de hectares (aumento de 6,2%), milho, com 576 mil hectares (aumento de 2,7%), e trigo, com 343,4 mil hectares (aumento de 11,1%).
Mercado
O aumento da produção brasileira, aliado à crescente demanda internacional, deverá impulsionar as exportações de milho em 2023. Estima-se que 48 milhões de toneladas do cereal sejam exportadas. Para o estoque interno, também é esperado um aumento de 27,6% até o final do ano-safra, totalizando 10,3 milhões de toneladas.
No caso da soja, o boletim aponta que as exportações continuam estimadas em 95,64 milhões de toneladas, um aumento de 21,5% em relação à safra anterior. Neste levantamento, a Conab ajustou os números de esmagamento da oleaginosa, de 52,29 milhões de toneladas para 52,82 milhões de toneladas, devido ao aumento na produção de biodiesel. Com isso, os estoques finais estimados anteriormente em 7,51 milhões de toneladas foram revisados para 7,43 milhões de toneladas.
Fonte: Conab