Economia

Reabertura do aeroporto de Passo Fundo traz otimismo para agronegócio da região

Após mais de um ano e cinco meses fechado para reformas e com restrições, o aeroporto Lauro Kurtz, de Passo Fundo, voltou a receber voos comerciais hoje (25). A aeronave turboélice da empresa Azul partiu de Campinas, São Paulo, e pousou em Passo Fundo às 10h, retornando posteriormente com passageiros para o estado paulista.

A retomada nessas condições atende a proibição às aeronaves à reação (turbojato) e em horário noturno. A operação de aviação regular com aeronaves à reação depende da homologação dos instrumentos de apoio à navegação instalados nas laterais da PAPIs pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

As obras do aeroporto envolveram investimento de cerca de R$ 50 milhões, sendo a maior parte da Secretaria Nacional de Aviação Civil, com contrapartida do governo do Estado de R$ 7,3 milhões. As obras incluem um novo terminal de passageiros, com 2 mil metros quadrados. Além disso, o pátio das aeronaves e a área para deslocamento e manobra de aviões também passaram por melhorias.

Expectativa

A reforma e ampliação do aeroporto era uma antiga demanda da região, devido às limitações que a estrutura apresentava. Passo Fundo é a maior cidade do Norte do estado, sendo um polo econômico regional. Um dos principais setores, o agronegócio, apresenta expectativa de novos investimentos e da retomada de eventos.

“O agronegócio permanece sendo uma das molas propulsoras da economia local”, explica o secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Passo Fundo, Cristiam Thans. A cidade possui 47 mil hectares plantados com grãos, sendo que a principal cultura é a soja. No entanto, a influência do setor é ainda maior. “Além da produção primária, ainda tem todo o setor industrial voltado para o agronegócio. Desde as grandes indústrias produtoras de implementos agrícolas que nós temos aqui na cidade, e também o comércio e a venda de produtos agrícolas, de insumos para o agronegócio […]. Toda essa cadeia movimenta um número bastante expressivo de recursos e também de pessoas envolvidas”, relata Thans.

A presença de empresas de abrangência nacional e internacional exige deslocamentos, que devem ser facilitados pela nova logística do aeroporto. “Com a pandemia nós começamos a nos acostumar com o novo normal, que é fazer as reuniões online, mas precisamos ter contato presencial e precisamos ter os deslocamentos. As empresas realmente vão necessitar mais ainda desse contato para as novas negociações e futuros investimentos em nosso município”, explica a Vice-presidente da Indústria da Acisa Passo Fundo, Sandra Rodriguês.

Eventos

Recentemente, a expectativa de reabertura do aeroporto a tempo da Expodireto Cotrijal foi frustrada. Um dos principais eventos do agronegócio nacional, a feira é realizada em Não-Me-Toque, a 65,3 km de Passo Fundo. Isso exigiu deslocamentos maiores dos participantes do evento.

Agora, com a reabertura, a expectativa também é de que a realização de eventos do setor na cidade e na região seja facilitada. “Há agilidade e a possibilidade de voltarmos a ter eventos nacionais e internacionais no município de Passo Fundo, o que ficou prejudicado, não só pela pandemia, mas também pela falta do aeroporto. […] Praticamente é um aeroporto novo que está sendo concluído, então a gente entende que vai trazer um impacto bem significativo”, avalia Cristiam Thans.