Quebra da safra de soja traz prejuízos financeiros difíceis de serem estimados

A safra de soja já tem uma quebra estimada em 24% no Rio Grande do Sul e os prejuízos financeiros são projetados em R$ 14,36 bilhões, segundo dados da Rede Técnica Cooperativa (RTC) e da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS). No entanto, esse impacto financeiro ainda pode aumentar. “Se as condições não se encaminharem para um quadro de normalidade, claramente esse número pode ser alavancado em termos de valor econômico”, afirmou o diretor executivo da FecoAgro/RS, Sérgio Luis Feltraco, na live Destaque em Pauta desta semana.

Ainda há esperança de recuperação desta safra, o que pode ocorrer caso as chuvas retornem. “A soja ainda pode ter capacidade de reação, na medida em que nós tivermos condições climáticas favoráveis para as lavouras que estão ainda aguardando o potencial de produtividade”, explica. No entanto, a falta de chuvas até este agora já afetou diversos momentos do desenvolvimento das lavouras. “Aqueles números que foram apresentados em 4 de janeiro estão em outros patamares”, destaca Feltraco sobre a quebra da soja. Novos dados devem ser divulgados em breve pela RTC.

O risco financeiro aumenta pela grande variação entre as condições das lavouras conforme as regiões do estado. Em alguns locais, a semeadura sequer foi concluída. Para agravar a situação, para o próximo trimestre é esperado uma distribuição de chuvas abaixo da média e temperaturas mais elevadas, com grande variabilidade conforme regiões, segundo o diretor. “Acredito que a gente está em uma situação de bastante heterogeneidade de posicionamento de lavoura, o que vai certamente determinar situações de produção e de produtividade variadas”, projeta Feltraco.