Economia

Estados do Sul recorrem ao Governo Federal para auxílio com impactos da estiagem

Secretários da Agricultura dos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul participaram de reunião nesta segunda-feira (02) para apresentar o cenário da estiagem na região e demandas ao Governo Federal. O encontro virtual foi realizado como o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SPA/Mapa), Guilherme Soria Bastos Filho. Os representantes buscaram apoio na renegociação de dívidas e agilidade no pagamento do seguro agrícola para os produtores rurais.

“A nossa solicitação principal para o Ministério da Agricultura é a criação de um crédito emergencial para aqueles produtores que perderam sua fonte de renda”, destaca o secretário da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina, Altair Silva.

Prejuízos

O Rio Grande do Sul possui 105 municípios com situação de emergência decretada pela estiagem, conforme a Defesa Civil. Santa Catarina conta conta até o momento com 67 municípios com decretos de emergência publicados ou em vias de publicação e 1.500 famílias rurais que perderam sua fonte de renda devido à estiagem, principalmente produtores de grãos e silagem, conforme o governo estadual.

Em Santa Catarina, as regiões Extremo Oeste, Oeste e Meio Oeste são as mais afetadas. A média atual de precipitações nesses locais é de, respectivamente, 20, 31 e 46 milímetros. Os número são bem abaixo do esperado, sendo que a média normal fica em torno de 150 mm. A principal preocupação do setor produtivo é a quebra na safra de milho, tanto milho grão quanto silagem, que deve impactar diretamente as cadeias produtivas de carne e leite.

O secretário Altair Silva explica que no Extremo Oeste a colheita de milho esperada deve ter uma redução de até 50% e a expectativa de safra estadual já está sendo reduzida. “Nós esperávamos uma safra voltando à normalidade com 2,7 milhões de toneladas colhidas, já estamos revendo esses números e talvez nossa colheita não passe de 1,9 milhão de toneladas. O que atinge diretamente o setor produtivo de carnes e leite, sem contar o prejuízo dos produtores de grãos”.

Nos outros estados do Sul, a situação é semelhante. Segundo o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, os prejuízos calculados são bilionários, principalmente nos cultivos de soja, milho e feijão. “Nós trabalhávamos com uma colheita de 21 milhões de toneladas de soja, hoje já reduzimos a expectativa para 13 milhões de toneladas e esse quadro tende a ter uma evolução para pior”. No milho, o cenário é ainda mais preocupante. O estado pretendia colher 4,2 milhões de toneladas e reduziu a estimativa para 2,4 milhões de toneladas.

Ainda esta semana haverá uma nova reunião com a equipe técnica do Ministério da Agricultura para apresentar as ações disponíveis para os produtores rurais que tiveram prejuízos devido à falta de chuvas. O Governo Federal trabalha ainda com a possibilidade de uma visita da ministra Tereza Cristina aos estados do Sul.

Com informações da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina