Economia

Brasil e Egito querem ampliar o comércio bilateral de produtos agropecuários

A Embrapa assinou um Memorando de Entendimentos com a Agriculture Research Center (ARC) do Egito para intercâmbio de tecnologias em genética, sanidade, irrigação, mudanças climáticas e biotecnologia.

A delegação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) esteve nesta terça-feira (10) reunida com representantes dos Ministérios da Agricultura e do Abastecimento do Egito. Em reunião com o vice-ministro da Agricultura do Egito, Moustafa El Sayeed, o ministro Marcos Montes destacou a boa relação comercial do Brasil com o país africano e a disposição para melhorar o comércio de produtos agropecuários entre os dois países, a fim de atingir todo o potencial do comércio bilateral.

“Esse relacionamento é muito importante para os dois países, especialmente neste momento de preocupação com a segurança alimentar mundial”, disse Montes. Segundo ele, o ministro egípcio também garantiu que irá intermediar com o setor privado do país para que empresas privadas aumentem o fornecimento de fertilizantes para o Brasil. 

Os temas sanitários também estiveram na pauta da reunião. O Ministro egípcio se comprometeu em manter os temas brasileiros em alta prioridade, como as análises das listas de estabelecimentos brasileiros habilitados a serem atualizadas até outubro de 2022, além de solicitar ao Brasil atenção às demandas de exportação de frutas egípcias. 

Nessa mesma reunião, a Embrapa assinou um Memorando de Entendimentos com a Agriculture Research Center (ARC) do Egito para intercâmbio de tecnologias em genética, sanidade, irrigação, mudanças climáticas e biotecnologia. Válido por cinco anos, o acordo inclui áreas como saúde e segurança de animais e plantas, melhoramento genético, uso de novas tecnologias como biotecnologia, nanotecnologia e técnicas geológicas na melhoria das qualidades do solo e dos produtos agrícolas. Também prevê o  intercâmbio de especialistas e programas de treinamento entre os dois países. 

Na agenda com o ministro do Abastecimento, Aly Al Moselhy, foram discutidas melhorias nos modelos de acesso a informações de leilões do governo para ampliar a participação dos empresários brasileiros. Outro tema tratado foi o início de estudos conjuntos para o equilíbrio de mercados entre fertilizantes vindos do Egito e produtos brasileiros destinados a este país. 

Também participaram das reuniões com o governo do Egito o adido agrícola no Cairo, Cesar Simas Teles, e o embaixador do Brasil no Egito, Antonio Patriota. Nos próximos dias, a delegação se deslocará para o Marrocos onde fará a última etapa da missão internacional.

Mercado

O Egito é o principal destino das exportações brasileiras para o continente africano, sendo que mais de 70% desse total é de produtos agrícolas. As exportações brasileiras do agronegócio para o Egito foram de cerca de US$ 1,6 bilhão, em média, nos últimos 10 anos. 

Quatro produtos concentram quase 90% da pauta exportadora para o Egito: carne bovina in natura, carne de frango in natura, açúcar bruto e milho. 

As exportações do Egito ao Brasil somaram cerca de US$ 50 milhões em 2021, sendo que azeitonas em conserva e plantas para medicina ou perfumaria representaram 65% do total. 

Desde 2019, foram abertos 21 novos mercados para produtos brasileiros do agronegócio no Egito: 11 tipos de sementes, caprinos vivos, ovinos vivos, leite e produtos lácteos, miúdos bovinos, carne e produtos cárneos de aves, cortes de frango, produtos cárneos de suínos, feijão, fêmeas bovinas para reprodução e gengibre.