As projeções de produção e consumo de arroz para 2022 mostram uma situação econômica apertada para a lavoura de arroz no Brasil, conforme a Embrapa Arroz e Feijão. Assim como as demais culturas, os custos de produção do arroz tiveram altas consideráveis na safra 2021/22, especialmente devido à alta de preços dos insumos.
Numa lavoura de arroz de terras altas em Sorriso (MT), na safra 2021/22, se esperava produzir 3.250 kg/ha em março de 2021. O custo total estimado era de R$ 5.363,02/ha, ou seja, custo médio de R$ 99,00/sc 60 kg. Já no final de janeiro deste ano, o preço pago ao produtor pela saca de 60 kg girava em torno de R$ 73 a 75,00. “Então, nestas condições o produtor precisaria receber R$99,00/sc 60 kg ou colher pelo menos 71,50 sc de 60 kg/ha para cobrir seus custos de produção”, aponta a Embrapa, com base em dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Em março de 2021, a Conab também divulgou os custos de produção da lavoura irrigada no RS:
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| Cidade | Produtividade | Custo R$/ha | Custo R$/sc 50kg |
| Uruguaiana | 8.000 | 9.236,49 | 57,73 |
| Pelotas | 8.000 | 9.771,81 | 61,07 |
Em Uruguaiana, em 31 de janeiro deste ano, o preço pago ao produtor pela saca de 50 kg girava em torno de R$ 60,00. Em Pelotas/RS, o preço no começo de fevereiro estava em torno de R$ 66,00/sc de 50 kg.
“Nestas condições, o preço mal cobre os custos de produção, até mesmo, porque em algumas áreas a produtividade será menor devido a falta d’água para irrigar e, com isso, o custo de produção médio (de cada saca) sobe ainda mais”, afirma a Embrapa Arroz e Feijão.
Além dos custos dos insumos, outros aspectos também impactam os custos de produção. “Entre os fatores que devem determinar o custo de produção mais altos no Brasil estão o dólar alto, os elevados custos logísticos, o abastecimento de insumos (fertilizantes estão escassos no mercado internacional, boa parte da matéria-prima dos fertilizantes é importada, o que impacta os custos de produção) e o fenômeno climático La Niña, com chuvas acima da média histórica no centro do país, mas muito abaixo da média na região Sul, que é responsável por 80% da produção nacional de arroz”, relata a Embrapa.
Safra
Enquanto a produção esperada é de 11,4 milhões de toneladas, as estimativas são de que o consumo nacional ficará, também, em 11 milhões de toneladas; importaremos 1 milhão de toneladas e deveremos exportar outros 1,4 milhão de toneladas.
Com informações da Embrapa
