Desafios da Soja

Quebra nacional nas safras de soja e arroz chega a 12% e 7,8%

Com as colheitas próximas ao fim em todo o país, a produção de arroz e soja deve apresentar quebra de 12% e 7,8%, respectivamente, em relação ao que era projetado inicialmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Afetada pela estiagem, a safra de soja deve totalizar mais de 123,8 milhões de toneladas, uma redução de 10,4% em relação à safra anterior. Enquanto o arroz deve atingir mais de 10,6 milhões de toneladas, queda de 9,1% em relação ao ano passado.

Soja

A colheita da oleaginosa já alcança 93,7% das áreas do país, conforme o 8º Levantamento da Safra de Grãos 2021/22, divulgado nesta quinta-feira (12). A produtividade está estimada em 3.026 kg/ha, uma queda de 14,1% em relação à safra passada. “Apesar da melhora das produtividades ocorridas nas lavouras semeadas tardiamente no Sul e no Mato Grosso do Sul, a produtividade continuará inferior à registrada na safra 2020/21”, aponta a Conab.

Arroz

Já a colheita do arroz chega a 87,4% do total de mais de 1,6 milhões de hectares cultivados. Em relação ao ciclo anterior, a queda na produtividade é de 6,3%, com 6.565 kg/ha. “A questão climática no Brasil mostra ressalva para as regiões que apresentavam estresse hídrico e agora mostram-se em situação de excesso de precipitações, dependendo da região, e que compromete o desempenho das safras, principalmente na realização da colheita nas principais áreas produtoras do país”, relata o Levantamento.

Rio Grande do Sul

A Conab estima quebra de 55,4% na safra de soja do Rio Grande do Sul, em relação ao estimado inicialmente, com a produtividade média atingindo 1.530 kg/ha. Essa situação ocorre mesmo com aumento das produtividades nas lavouras semeadas tardiamente.

No arroz, as chuvas recentes no estado tiveram os aspectos positivos de repor a umidade do solo, aumentar os níveis dos mananciais e recuperar as lavouras. “Porém o alto volume de chuvas em um curto espaço de tempo dificultou a colheita”, ressalta a Conab. O menor rendimento das lavouras de arroz ocorre nas lavouras semeadas mais cedo, principalmente nas regiões da Fronteira Oeste, Campanha e Central.

Santa Catarina

A colheita da soja em Santa Catarina atinge 89% da área plantada. O plantio de safrinha ocorreu em algumas áreas onde antes havia feijão primeira safra e milho. “O retorno de volumes mais expressivos de precipitação recompôs os níveis de armazenamento e disponibilidade de água no solo, favorecendo as áreas que foram semeadas mais tarde”, relata a Conab. Além do baixo rendimento, a qualidade do produto colhido tem sido considerada regular. “Há presença de muitos grãos verdes, chochos e ardidos. Os resultados da soja semeada mais tarde tendem a amenizar as perdas em relação às áreas semeadas mais cedo”, avalia a Companhia.

No arroz, o grande volume de chuvas desacelerou a colheita. No entanto, a qualidade do produto colhido é considerada boa. “A cultura se desenvolveu dentro do esperado para esta safra, não havendo ocorrência de eventos fitossanitários que causassem danos econômicos significativos”, informa o Levantamento.

Paraná

Com a colheita finalizada, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), o Paraná teve um atraso na operação devido às condições climáticas mais chuvosas. Em relação à estiagem, as regiões da metade oeste do Paraná, com fases mais adiantadas, foram mais prejudicadas. “As lavouras mais tardias, apesar de também terem sido prejudicadas, têm apresentado melhores produtividades”, afirma a Conab.

Quanto ao arroz, a colheita no Paraná, segundo a Conab, chega a 76% das áreas de plantio, enquanto 24% se encontra em maturação. A maioria das lavouras, 92%, está em boas condições. A situação das demais se deve “à menor disponibilidade de água para a prática de irrigação por inundação no início do ciclo”.

Com informações da Conab