O Dia de Campo Estadual do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA) reuniu mais de 1,5 mil visitantes na quinta-feira, 25, na Estação de Pesquisa na Barragem do Capané, em Cachoeira do Sul. Durante o evento, a equipe do programa Destaque Rural teve a oportunidade de conversar com o professor Enio Marchesan sobre os desafios enfrentados na produção de soja em terras baixas. Marchesan ressaltou a importância da diversificação, destacando que a soja, ao ser introduzida em rotação com o arroz, eleva a produtividade e reduz os custos. “Antes, tínhamos o monocultivo de arroz, o que favorecia o aumento de pragas e doenças. A soja, como leguminosa, não só traz benefícios para a cultura do arroz, mas também contribui para a melhoria da fertilidade do solo, tanto biológica quanto fisicamente”, explicou Marchesan.
Na oportunidade, o professor enfatizou a necessidade de ajustar o ambiente para receber novos cultivos, abordando dois aspectos cruciais: o controle do fluxo de água superficial e a melhoria do ambiente radicular. Marchesan destacou as práticas de manejo do solo, como escarificação e subsolagem, para otimizar o desenvolvimento das raízes da soja.
Questionado sobre a viabilidade da soja em terras baixas, Marchesan apontou para o potencial, especialmente em anos de seca, ressaltando a importância de organizar a área para drenagem e planejar a irrigação. Ele enfatizou que a combinação desses fatores pode levar a rendimentos mais elevados do que em terras altas.
Marchesan encerrou a entrevista destacando a complexidade do processo e a necessidade contínua de aprendizado. A busca por altos rendimentos em soja em terras baixas requer um conjunto integrado de práticas, desde correção do pH até a escolha adequada das cultivares.