Na região de Cascavel, no oeste paranaense, as elevadas temperaturas e os altos índices de umidade em dezembro anteciparam a maturação da oleaginosa em cerca de vinte dias. A equipe do Destaque Rural conversou com o engenheiro agrônomo e produtor rural, Gabriel Redivo, que está enfrentando uma safra atípica na colheita de soja 23/24. Enquanto realiza o plantio do milho segunda safra, Redivo destaca uma janela favorável, encerrando o plantio em pleno mês de fevereiro.
A produtividade, segundo Redivo, varia de regular para boa, em comparação com padrões brasileiros. Uma surpresa notável foi a adiantada colheita. “Cultivares que normalmente levariam cerca de 135 dias para amadurecer, neste ano, exigiram apenas 110/115 dias, resultando em uma colheita mais rápida”, complementa Redivo.
De acordo com Redivo, a explicação para essa antecipação reside no florescimento precoce da soja, causado pelo calor extremo em setembro. O fenômeno El Niño também desempenhou um papel, acelerando o ciclo reprodutivo e reduzindo a duração do período reprodutivo.
A rapidez na colheita teve impactos variados nos resultados, com alguns talhões e cultivares produzindo menos devido à pressa, enquanto outros conseguiram manter uma boa produtividade, resultando em uma média positiva.
Gabriel Redivo ressalta que a antecipação favoreceu o plantio do milho segunda safra, iniciado em 10 de janeiro, com a colheita de soja ainda em andamento. A curta janela de tempo entre as duas safras contribuiu para condições favoráveis no cultivo do milho.
Contudo, o produtor destaca desafios significativos no ano, especialmente em relação às pragas e doenças. A ferrugem asiática, em particular, apareceu de forma alarmante, chegando às lavouras de Cascavel já em novembro. Redivo relata a necessidade de aplicações antecipadas de produtos eficazes, em intervalos mais curtos, para conter o avanço da doença e garantir a efetividade no controle.