Rio Grande do Sul

Lavouras de trigo mantêm desenvolvimento adequado após geadas

As geadas podem ter afetado as lavouras que estão em fase reprodutiva, mas os danos devem ser mínimos, conforme a Emater/RS-Ascar

Foto de lavoura de trigo em desenvolvimento vegetativo com plantas pequenas.
A Emater/RS-Ascar ressalta que as plantas estão emitindo maior número de folhas e ocupando melhor os espaços com perfilhamento dentro da normalidade | Foto: Leonardo Wink/Destaque Rural

A maioria das lavouras de trigo do Rio Grande do Sul estão se desenvolvendo de forma adequada e com sanidade satisfatória. Essa é a avaliação do Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (22) pela Emater/RS-Ascar. Os efeitos da ocorrência de geadas no início da semana passada, entre 12 e 14 de agosto, ainda não podem ser mensurados, mas a tendência é de danos mínimos.

Inclusive, a ocorrência de geadas seguida pelo aumento das temperaturas proporcionaram condições favoráveis para o desenvolvimento vegetativo das lavouras, principalmente para as que foram semeadas no final da janela recomendada de plantio. Atualmente, a maioria das lavouras (83%) estão na fase de desenvolvimento vegetativo.

As lavouras que podem ter sofrido danos são as que já estavam em fase reprodutiva e que podem ter prejuízos no florescimento e na formação de grãos. Até o momento, 17% das lavouras do estado estão em espigamento/florescimento. A Emater/RS-Ascar esclarece que avaliação das consequências só poderá ser realizada quando as plantas atingirem o estágio de maturação. “Porém, a tendência é de danos mínimos, uma vez que não houve precipitações subsequentes aos episódios de geada, o que mitigou o impacto das baixas temperaturas”, explica.

Em relação aos aspectos fitossanitários, a baixa umidade e baixas temperaturas desaceleraram o progresso de doenças, em particular oídio, que afetava algumas regiões.

Canola

A variação intensa de temperatura, observada nas últimas semanas, causou estresse nas áreas cultivadas com canola e que estão em início de floração no Rio Grande do Sul. As lavouras em floração e enchimento de grãos situadas em áreas mais baixas foram afetadas por geadas, embora ainda não seja possível avaliar o dano com precisão.

De acordo com o Informativo Conjuntural, prosseguiram os trabalhos de manejo, incluindo a pulverização de fungicidas e de inseticidas nas lavouras de canola semeadas no cedo, bem como a aplicação de herbicidas para o controle de ervas daninhas nas lavouras semeadas em período mais tardio. Para esta safra de inverno, a Emater/RS-Ascar projeta 134.975 hectares cultivados com canola no Estado, e a produtividade inicial está em 1.679 kg/ha.

Aveia branca

A formação de geadas também foi favorável para o desenvolvimento vegetativo da aveia branca. Contudo, no Noroeste do Estado, onde parte das lavouras estão em estágios reprodutivos mais avançados, o fenômeno pode ter causado danos em algumas parcelas, como abortamento de flores, que resulta em número reduzido de sementes nas espigas. Porém, ainda não é possível avaliar se houve perda de produtividade. Já a partir do aumento das temperaturas, os produtores intensificaram o monitoramento para a detecção de insetos, especialmente pulgão.

Para esta safra de aveia branca, a Emater/RS-Ascar estima uma área de 365.590 hectares para a produção de grãos, com produtividade média de 2.402 kg/ha.

Cevada

Algumas áreas pontuais semeadas no início da janela de plantio – em fase de floração – estão recebendo atenção especial dos produtores devido aos danos potenciais causados pelas geadas. Contudo, a expectativa nas regiões de maior produção permanece alinhada à projeção inicial, em especial nas lavouras semeadas no final da janela de plantio, que apresentam excelente desenvolvimento. A projeção de cultivo é de 34.429 hectares, e a produtividade de 3.245 kg/ha.

Com informações da Emater/RS-Ascar