Boletim do Clima

Frente fria avança com chuva ao longo desta semana no RS

As áreas de instabilidade que atuam no estado devem se intensificar entre hoje (19) e amanhã (20)

A chuva retornou ao Rio Grande do Sul no início desta semana com o avanço de uma frente fria associada a uma área de baixa pressão no Paraguai. “A partir do domingo (17), já começamos a observar essa mudança no tempo. A gente parte de uma semana seca para uma semana mais úmida”, aponta a meteorologista do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Jossana Cera.

As áreas de instabilidade que atuam no estado devem se intensificar entre hoje (19) e amanhã (20), provocando chuva em todo o território gaúcho. Nesta terça-feira, a chuva será mais forte na fronteira oeste e na região central, com volumes entre 30 e 60 milímetros. Já na quarta-feira (20), a chuva começa a se afastar e os maiores volumes estão previstos para áreas entre o centro e leste do estado, incluindo o Litoral e Região Metropolitana de Porto Alegre, com valores entre 30 e 60 milímetros. As demais regiões devem registrar volumes menores, entre 10 e 20 milímetros.

Na quinta-feira (21), a frente fria se afasta, mas ainda provoca nebulosidade, principalmente na metade leste do estado, onde ainda há risco de chuva fraca. Na sexta-feira (22), alguns chuviscos devem seguir ocorrendo na faixa litorânea, enquanto o tempo começa a estabilizar no restante do estado. Entre o sábado (23) e a terça-feira (26), o tempo seco predomina em todas as regiões e a chuva só deve retornar entre a quarta (27) e quinta-feira (28).

La Niña

O início do fenômeno La Niña foi novamente adiado e a probabilidade de ocorrência do fenômeno caiu para 57% no trimestre outubro/ novembro/dezembro, conforme a atualização de quinta-feira (14) da NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA). Caso a previsão se confirme, o fenômeno deve ser de curta duração e mais fraco.

De acordo com a Jossana Cera, o resfriamento do Oceano Pacífico não vem ocorrendo como o esperado. “Desde o início do resfriamento, em maio, a gente teve apenas três semanas em que a temperatura, a anomalia da temperatura da superfície do mar na região do Niño 3.4, que é monitorada para este fim, esteve com anomalia no limiar de La Niña, que é -0,5ºC. Isso ocorreu em apenas três semanas”, explica.

Considerando essa estagnação e o histórico – desde 1950, apenas dois eventos La Niña começaram tão tarde -, a meteorologista considera que o padrão de neutralidade com viés frio deve continuar.

“Mesmo não configurando a La Niña, o produtor deve ficar atento aos períodos de deficiência hídrica. […] O nosso verão tem essa característica de chuvas mal distribuídas e alguns períodos com deficiência hídrica um pouco mais prolongados ou regionalizados”, alerta Jossana.