Clima

Mais de 700 municípios do Sul do país estão sob aviso de onda de calor

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu nesta quinta-feira (13) um aviso de “perigo” para 727 cidades do Rio Grande do Sul e parte do Paraná e de Santa Catarina. A onda de calor pode causar, até o próximo dia 16, temperaturas 5°C acima da média histórica desta época do ano.

Além de quase todo o Rio Grande do Sul, serão afetados o Oeste e Sul Catarinense. No Paraná, o Centro Ocidental, Sudoeste, Oeste, Sudeste e Centro-Sul são atingidos pela onda de calor.

Baixa umidade

Um aviso de “perigo potencial” para baixa umidade também foi emitido na quinta-feira para parte da área afetada pela onda de calor, abrangendo 478 municípios. Ele está válido até às 17h de hoje (14). O Inmet alerta que a umidade relativa do ar pode variar entre 30% e 20%. Os riscos, considerados baixos, é de incêndios florestais e à saúde. A orientação é para que a população beba bastante líquido, evite desgaste físico nas horas mais secas e evite exposição ao sol nas horas mais quentes do dia.

A maioria das áreas atingidas são no Rio Grande do Sul. As regiões que devem registrar baixa umidade são Serrana, Oeste Catarinense, Sudoeste Rio-grandense, Noroeste Rio-grandense, Centro Ocidental Rio-grandense, Nordeste Rio-grandense, Centro Oriental Rio-grandense, Sudoeste Paranaense, Sudeste Rio-grandense e região Metropolitana de Porto Alegre.

Estiagem

Os efeitos da estiagem na Região Sul vêm se agravando desde o fim do ano passado, causando prejuízos econômicos e ameaçando o abastecimento hídrico. No Rio Grande do Sul, 239 cidades já tinham decretado situação de emergência até esta quinta-feira. Levantamento feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS) aponta que, até sexta-feira (7), mais de 195 mil propriedades rurais já contabilizavam perdas na produção.

Uma das regiões gaúchas mais castigadas pela falta de chuvas é a do Alto da Serra do Botucaraí, onde, desde meados de novembro, o volume de chuvas é insuficiente para recuperar a condição dos rios e do sistema freático, o que prejudicou o plantio de soja e milho.

“A soja teve que ser replantada e ainda ficou uns 30% a 35% por semear. Então, nesses 16 municípios [do Alto da Serra do Botucaraí], só na soja se chega a algo em torno de R$ 750 milhões de perdas. Somadas às perdas do milho e leite, [o prejuízo, na região] chega a R$ 850 milhões”, informou, em nota, o extensionista rural agropecuário da Emater-RS em Soledade Josemar Parise.

Em Santa Catarina, além de irregulares, as chuvas do fim do ano passado ficaram abaixo do esperado durante o mês de dezembro, deixando ao menos 17 dos 295 municípios em estado de alerta e outros nove em estado crítico no que diz respeito às condições para garantir o abastecimento hídrico urbano, principalmente nas regiões oeste e extremo oeste do estado.

“Neste momento é importante que a população das regiões onde a estiagem se intensificou usem a água com consciência e evitem o desperdício. Além disso, é acompanhar as orientações e alertas dos órgãos competentes”, alertou, em nota, o secretário-executivo de Meio Ambiente, Leonardo Porto Ferreira.

No Paraná, no último dia 30, o governo estadual decretou situação de emergência em função da estiagem. O objetivo da medida é agilizar a execução de medidas de apoio aos agricultores e a outros setores afetados pela falta de chuvas.

Na quinta-feira, a secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento divulgou um relatório no qual aponta que a situação já causou ao menos R$ 25,6 bilhões de prejuízos para os produtores rurais. O levantamento foi entregue à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, que visitou nesta semana áreas rurais atingidas pela crise hídrica nos três estados da Região Sul, além do Mato Grosso do Sul, na Região Centro-Oeste.

Em Cascavel (PR), a ministra explicou que, de posse de um diagnóstico da situação das lavouras nos quatro estados visitados, os técnicos do Mapa e do Ministério da Economia elaborarão um plano de ajuda aos produtores. O foco, neste primeiro momento, é garantir que os agricultores atingidos pela seca tenham condições de plantar.

“Nossa preocupação é agilidade nessas ações, para que a gente possa plantar com segurança. Para que o agricultor possa saber o que vai acontecer na segunda safra, que é a safrinha, que é muito importante, pois é quando se tem a maior parte do plantio de milho nesses estados”, destacou Teresa Cristina.

Com informações da Agência Brasil