As mudanças climáticas têm se tornado mais comuns representando um desafio para o agronegócio. O aumento médio de temperaturas, chuvas irregulares e até mesmo eventos climáticos extremos são alguns dos exemplos dos quais os agricultores precisam se atentar para que sua produtividade agrícola não seja prejudicada. Segundo a pesquisa Farmer Voice, 71% dos profissionais do setor já sentiram as mudanças em seus cultivos.
O El Niño é uma das dificuldades que o setor está enfrentando. O fenômeno que surge de águas quentes no Pacífico Oriental, próximo à costa da América do Sul, e é geralmente acompanhado por uma desaceleração ou reversão dos ventos alísios do Leste, pode persistir até março de 2024 e com forte intensidade.
No Brasil, o fenômeno traz sérios prejuízos para as regiões Sul, Sudeste e Nordeste. No Sul, as projeções indicam um aumento do volume de chuva a partir de outubro, o que pode trazer diversos problemas relacionados ao manejo do solo e ao controle de pragas, plantas daninhas e doenças, afetando a colheita do verão. No Sudeste, além das chuvas intensas que provocam inundações e deslizamentos de terra, as projeções indicam um verão bem quente, o que pode impactar no cultivo de produtos importantes como a soja, feijão, laranja e o café que não reagem bem a temperaturas elevadas.
Por fim, o Nordeste pode sofrer com secas severas em razão do El Niño, além de ocasionar a diminuição na quantidade de precipitação na região, ou seja, irregularidade das chuvas, afetando o desenvolvimento de culturas importantes como o milho, feijão, algodão e determinadas frutas.
Para Leonardo Sodré, CEO da GIROAgro, uma das maiores indústrias de fertilizantes do país, os desafios climáticos afetam o agronegócio em todo o mundo. Devendo o setor investir em novas tecnologias, como também, em soluções mais sustentáveis, preventivas e resistentes ao clima.
“É necessário manter no radar pesquisas para que especialistas do Agro e pesquisadores possam se adaptar a essas mudanças climáticas e agir de forma preventiva”, destaca o especialista.
A pesquisa Farmer Voice revelou ainda que entre abril e julho deste ano, os rendimentos dos agricultores sofreram uma redução de 15,7%. Isso ocorre devido a essas intensas alterações que provocam consequências como o aumento de pragas e doenças, escassez de água, impacto na qualidade do alimento e variações de colheita, sendo a necessidade de adaptação urgente. Dessa forma, os produtores agrícolas se veem pressionados a investirem em infra estruturas e tecnologias que consigam gerir os riscos em razão da volatilidade climática.
Duas tecnologias que têm sido bastante eficazes no agronegócio para frear tais riscos são o uso da Inteligência artificial e do machine learning na previsão do clima. Ambos os recursos proporcionam informações mais assertivas sobre o tempo, proporcionando detalhes relativos à pressão atmosférica, temperatura, umidade e circulação oceânica. Isso traz uma segurança maior para o produtor rural que pode planejar seu calendário de plantio, escolher as culturas que são adaptáveis a estresse hídrico e térmico e pôr em prática medidas proativas que minimizem os impactos desses fenômenos.
“Se mantivermos o ritmo de investimentos e aprimoramento de técnicas agrícolas com desenvolvimento tecnológico, recordes serão batidos. Isso consolida a posição de destaque do Brasil no mercado global de produção de alimentos”, analisa o especialista.
Fonte: Assessoria de Comunicação Press FC