Fumaça

Chuva preta não traz prejuízo ao setor agropecuário, afirma Epagri

É preciso atenção a bebedouros expostos que acumularam a chuva negra

Foto de balde cheio com água escura.
Recipiente com chuva preta coletada em Caibi, no Oeste de SC | Foto: Otemar Gallon/Epagri

Depois de um longo período de tempo seco, a chuva chegou em Santa Catarina, mas a água estava escura, a chamada chuva preta. O fenômeno acontece devido à presença de fuligem na atmosfera, oriunda da fumaça que de modo persistente predominou no estado nos últimos dias. Conforme o pesquisador de Hidrologia da Epagri/Ciram, Guilherme Miranda, essa chuva não prejudica de forma significativa o setor agropecuário.

O registro da chuva preta ocorreu entre os dias 12 e 13 de agosto por diversos moradores no Sul do Brasil. Em Santa Catarina, a região Oeste foi a mais atingida, visto que a concentração de fumaça foi maior durante a semana. Porém, também houve registros na Serra e no Leste Catarinense.

No ano de 2020, o estado catarinense também recebeu a fumaça pantaneira, especialmente em setembro, quando a chuva preta foi registrada nas regiões entre o Extremo Oeste e Meio Oeste e Planalto Norte.

Impactos na área rural

De acordo com o pesquisador Guilherme Miranda, essa chuva não prejudica de forma significativa o setor agropecuário. “Ao chover, essa fuligem que estava suspensa no ar, poderia se depositar na superfície das folhas das hortaliças, prejudicando o aspecto visual de algumas. Mas a própria chuva promoveu a lavagem deste material, fazendo que consumo desses produtos hortigranjeiros não seja prejudicial para a saúde”, diz ele.

Em relação à pecuária, bebedouros expostos acumularam a chuva negra e devem ser higienizados.

“No que se refere ao meio ambiente, trata-se de uma poluição atmosférica de forma difusa, na qual a chuva é seu veículo de difusão. O destino deste material suspenso no ar serão os solos e os rios catarinenses, como já aconteceu em 2015 com as cinzas do vulcão Chileno Calbuco. Naquele episódio, não tivemos consequências significativas para o setor agropecuário”, diz ele.

Fonte: Epagri