Agronegócio

Safra de cebola catarinense cresce 27,19% e estado segue como maior produtor nacional

Responsável por cerca de 30% do total nacional de cebola, Santa Catarina termina a safra 2021/22 com crescimento na produção e produtividade da hortaliça. A produção de 495.995 toneladas representa um crescimento de 27,19% em relação à safra passada. Já produtividade média aumentou 26,94% e chegou a 28.396 kg/ha, numa área plantada de 17.467ha.

Segundo Jurandi Teodoro Gugel, analista de socioeconomia da Epagri/Cepa, o aumento se deve não a uma elevação, mas à retomada da normalidade na produção de cebola, superando as perdas verificadas na safra anterior, decorrentes das condições climáticas. “É uma volta ao patamar histórico de produção do Estado”, destaca o analista. Apesar da estiagem verificada recentemente, houve água disponível para irrigação, o que permitiu a recuperação dos padrões históricos.

A cebola é responsável pela injeção de R$ 914,58 milhões na economia catarinense, conforme o analista. O valor representa aquilo que os agricultores faturaram com a venda nesta safra, movimentando a economia , principalmente nas regiões produtoras.

Comercialização e importações

Os bulbos da recente safra também apresentaram uma boa qualidade e tamanho aceitável pelo mercado. Aliada à qualidade sanitária dos bulbos, a capacidade de armazenagem instalada nas propriedades dos produtores catarinenses está permitindo que a hortaliça possa ser comercializada por período mais longo, relata Jurandi. A expectativa é de que até o final de maio toda a cebola catarinense esteja distribuída para o mercado nacional. “De fevereiro a abril, Santa Catarina é o único estado fornecedor de cebola do Brasil”, destaca.

Os produtores catarinenses de cebola estão recebendo, em média, R$ 2,05 pelo Kg do produto, calcula a Epagri/Cepa. A estimativa do custo médio de produção ficou em R$ 1,57. Contudo, Jurandi ressalta que há quem produza com custo abaixo ou acima da média estimada, e que os lucros vão depender da margem de cada um.

A queda nas importações é outra boa notícia para os produtores de cebola do Estado. Segundo Jurandi, até o final de fevereiro ela estava baixa em relação aos anos anteriores, o que fortalece o mercado interno. “Em 2021, o país importou 116,96 mil toneladas de cebola, volume 40,85% menor que no ano de 2020. Nos dois primeiros meses de 2022, as importações foram 75,26% menores que no mesmo período do ano anterior”, relata. Entre os fatores causadores do cenário estão o câmbio desfavorável para compra de produtos do exterior, e o encarecimento do transporte internacional ocasionado pela falta de contêineres no mercado.

Com informações da Epagri/Cepa