A estiagem no Rio Grande do Sul já provoca perdas financeiras nas lavouras de soja e milho que podem ultrapassar os R$ 19,77 bilhões. A estimativa é da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS) e leva em conta o Valor Bruto da Produção (VBP) na temporada 2021/22.
Na soja, estima-se que os produtores deixarão de comercializar o equivalente a R$ 14,4 bilhões. Para as lavouras de milho, a estimativa é de R$ 5,41 bilhões de perdas financeiras no Estado.
A metodologia de cálculo levou em consideração a expectativa inicial de produção informada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de perdas divulgado pela Rede Técnica Cooperativa (RTC) e pela FecoAgro/RS, considerando o preço médio recebido pelos produtores de soja e milho do Estado nos primeiros dias de 2022.
A produção inicial estimada pelo IBGE, contabilizada nos cálculos, era de 20,95 milhões de toneladas na soja e 6,09 milhões de toneladas no milho.
Na semana passada, a FecoAgro/RS divulgou dados da RTC mostrando que a quebra de safra no milho sequeiro estava em 59,2% e em 13,5% no irrigado. Na soja, a estimativa de perdas ficou em 24%.
Esse clima adverso deve persistir no Estado segundo dados da Clima Tempo. A previsão do tempo para os próximos dias indica uma forte onda de calor na Argentina, no Uruguai e no Rio Grande do Sul. No Estado, as temperaturas poderão se aproximar ou até passar de 43ºC, o que, caso se confirme, seria um novo recorde absoluto. A maior temperatura no Estado até hoje foi 42,6ºC, registrada nos municípios de Alegrete e Jaguarão nos anos de 1917 e 1943, respectivamente.