Registrando atrasos, as semeaduras do milho e da soja evoluíram dois pontos percentuais no Rio Grande do Sul. No caso milho, o avanço ocorreu principalmente em sucessão ao tabaco e a área semeada alcançou 95% da projetada inicialmente. Além disso, 18% das lavouras já foram colhidas.
Conforme o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, publicado nesta quinta-feira (19), a ocorrência das chuvas, principalmente entre sexta e sábado (13 e 14/01), mas com volumes ainda muito variáveis, beneficiou as lavouras recém-implantadas e permitiu a semeadura onde a umidade nos solos foi restabelecida. A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de mais 831,7 mil hectares
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Para as lavouras com ciclo mais avançado, as chuvas não diminuíram as perdas de produtividade, que são variáveis, mas mais graves nas regiões Centro e Oeste do Estado.
Soja
O plantio da soja evoluiu pouco, mas chegou a 98% da área projetada. Houve a ocorrência de chuvas na maior parte das regiões produtoras, concentradas nos dias 13 e 14 de janeiro, o que deu sobrevida a cultivos afetados pela insuficiência de umidade nos solos. Contudo, no Oeste e na faixa Central do Estado, as precipitações foram insignificantes ou nem ocorreram, prosseguindo o déficit hídrico e seus efeitos sobre as lavouras.
A cultura apresenta grande variação de potencial produtivo em relação à época de plantio, à (má) distribuição das chuvas e às condições topográficas. Observou-se lavouras com plantas de porte médio a elevado, coloração verde, mas com população adequada e sem qualquer sinal de estresse. Na mesma região, encontram-se lavouras com plantas amareladas, com desfolha, porte baixo, estande inadequado e até mesmo morte de plantas nos casos de estresse hídrico mais extremo. Mesmo com a capacidade de emissão de novos ramos, que podem compensar parcialmente os problemas de baixa população, as plantas não encontram condições ambientais favoráveis para expressar essa característica. A diferença de situação evidencia que o plantio em solos de textura arenosa e, principalmente, em rasos não é adequado em anos com previsões de restrição de chuvas.
Milho silagem
Houve prosseguimento no corte de lavouras para ensilagem, e, no final do período, as chuvas favoreceram a retomada do plantio e lavouras em desenvolvimento e em fases reprodutivas. As perdas na produtividade permanecem mais acentuadas nas regiões Centro e Noroeste do Estado. A qualidade também é afetada; houve pequena proporção de grãos e massa vegetal excessivamente fibrosa e seca.
A área estimada de cultivo de milho silagem é de 365.467 hectares, e a produtividade esperada inicialmente é de 37.857 kg/ha.
Feijão 1ª safra
A colheita e finalização do cultivo segue em alguns municípios. A produtividade e a qualidade são variáveis, conforme a distribuição das chuvas irregulares. As precipitações ocorridas entre 13 e 14 de janeiro favoreceram as lavouras em estágios iniciais de desenvolvimento, principalmente nos Campos de Cima da Serra. A área projetada de feijão 1ª safra é de 30.561 hectares. A produtividade estimada inicialmente é de 1.701 kg/ha.
Arroz
Atualmente, 75% das lavouras em desenvolvimento vegetativo, 20% em floração e 5% já iniciaram a formação dos grãos. O tempo seco e ensolarado, na maior parte do período, permaneceu favorecendo o desenvolvimento, e a ocorrência de chuvas permitiu a manutenção, ao menos temporariamente, de reservatórios de irrigação.
O período foi de tratos culturais. Os rizicultores seguiram o manejo d’água e as lavouras em fase de floração receberam aplicação de fungicidas. Mesmo com registro de precipitações ao longo do período, a sanidade das plantas, de maneira geral, é satisfatória.
A área estimada de arroz pelo Irga é de 862.498 hectares. A produtividade projetada é de 8.226 kg/ha.
Com informações da Emater/RS-Ascar