As pastagens nativas continuam sofrendo com o estresse hídrico e térmico que persiste no Rio Grande do Sul. O tempo seco predominante nas últimas semanas também tem impedido o rebrote das pastagens cultivadas, e não se observa emergência de plantas nas áreas semeadas em dezembro. As informações constam no Informativo Conjuntural, desta quinta-feira (20/01) da Gerência de Planejamento da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
Os trabalhos de implantação de pastagens anuais de verão foram interrompidos há algumas semanas devido à falta de umidade. O desenvolvimento das pastagens de tífton, jiggs, panicuns e braquiárias está praticamente paralisado, sendo observado secamento das folhas e consequente redução na capacidade de suporte de animais. As adubações foram interrompidas devido ao prolongado período sem chuvas; o que comprometeu o desempenho dessas espécies, bastante responsivas ao uso de fertilizantes, especialmente dos nitrogenados.
Situação das pastagens
Em Alegrete/RS, aumentam os relatos de queimadas nas áreas de campo nativo, totalizando mais de dois mil hectares comprometidos até o momento. As queimadas foram favorecidas pelas temperaturas elevadas, pelos fortes ventos e pelo estado das plantas, com folhas totalmente secas.
Em Ijuí, a situação fica a cada dia mais dramática, pois começa a faltar alimento verde de qualidade em várias propriedades. Somente algumas estruturadas com irrigação e cujos mananciais de água ainda se mantêm contam com oferta regular de pastagens ao rebanho.
Na região de Erechim, as perdas no potencial produtivo das pastagens chegam a entre 50 e 70%, especialmente as de espécies anuais. Já na de Caxias do Sul, as áreas de pastagens estabelecidas mantiveram as condições da semana anterior, sem agravar a situação, em razão das chuvas ocorridas.
Em Santa Maria, os solos estão com baixa umidade e há comprometimento total da capacidade de desenvolvimento e/ou rebrote das pastagens, cujas perdas já correspondem entre 60 e 70% das forragens, restando aos animais somente material seco para consumo e com possibilidade de pasto verde em alguma área mais úmida nos banhados.
Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Lajeado, algumas lavouras estão com o desenvolvimento prejudicado e muitas sequer foram implantadas. A disponibilidade de silagem de milho vem reduzindo na maioria das propriedades, e a já colhida apresenta baixo rendimento e qualidade. A expectativa de produtividade inicial era de 30 a 35 toneladas de matéria verde por hectare, mas estima-se uma redução de 60% na produtividade no Vale do Taquari em função da estiagem.