As lavouras de ciclo precoce foram as mais afetadas pela estiagem em Santa Catarina. O estado estima perda média de cerca de 30% na safra de soja, conforme a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri/Cepa). Essa perda já é considerada consolidada, isto é, sem recuperação. “No ciclo precoce alguns já estão iniciando a colheita. Temos […] relatos de agentes do extremo oeste em que as perdas chegam a 40%, 50%. E os grãos estão verdes, a qualidade do grão é muito inferior ao que normalmente se esperava”, relata o engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa. Ele foi o convidado desta semana da live Destaque em Pauta.
A estiagem no estado começou em 20 de novembro e foi decisiva para o desenvolvimento das lavouras de ciclo precoce, já que acometeu as plantas no momento de floração. “Essa estiagem é diferenciada da anterior, da safra 20/21, porque ela está envolvida com altas temperaturas. A gente está vendo frequentemente temperaturas próximas de 40ºC e até acima. Isso tem afetado bastante aquelas lavouras de ciclo precoce de soja”, explica Haroldo.
As altas temperaturas, registradas especialmente durante as ondas de calor que acometeram o Centro-Sul do país, causam danos como abortamento de flores e grãos. As plantas ficam com menor número de vagens e os grãos são menores. Desta forma, o resultado é a baixa qualidade dos grãos.
Recuperação
Apesar das perdas irreversíveis nas lavouras de ciclo precoce, há expectativa de recuperação nas lavouras com ciclos mais longos. “Aguardamos as chuvas se regulamentarem no mês de fevereiro e que tenha chuvas um pouco mais frequentes, aí consigamos talvez recuperar algumas atividades, mas a safra de milho, soja e milho silagem já estão consolidadas as perdas, infelizmente”, lamenta o engenheiro agrônomo.