A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, esteve hoje (12) em Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. A cidade é o ponto de partida de um roteiro de visitas para verificar os impactos da estiagem no Sul do país. O primeiro local visitado pela titular da pasta foi a propriedade rural da Família Segatto no distrito de Buriti, afetada pela falta de chuvas.
O agricultor Dirceu Segatto, que recebeu a ministra, relata que a sua produção de leite caiu cerca de 50% e que a situação ainda vai se agravar, já que perdeu a produção de milho e o grão está caro. “A gente espera da ministra alguma alternativa, de repetente milho da Conab para a gente conseguir manter nossas vaquinhas e nosso sustento”, disse o produtor para as lideranças presentes e para a imprensa. No caso da soja, ele espera quebra de 50%. A propriedade produz milho, soja, leite e carne.
A ministra destacou que a estiagem está se espalhando pelo país e que considera a situação dos produtores “muito triste” pela frustração da expectativa de produção. “Viemos ouvir para depois vermos o que a gente pode fazer”, disse Tereza Cristina.
Notícias Relacionadas
Economia
Exportações do agro brasileiro batem recorde e alcançam US$ 14,27 bilhões em outubro
O montante significou um crescimento de 6,2% em comparação com os US$ 13,43 bilhões comercializados em outubro de 2023
Opinião
Agronegócio Brasileiro em Crise: mito ou realidade?
Recentemente, participei de um fórum promovido pela Empresômetro que reuniu líderes do agronegócio para debater um tema central e desafiador para o planejamento estratégico do próximo ano: o agronegócio brasileiro está realmente em crise? Essa questão surge de inúmeros fatores que estamos enfrentando em 2024. A rentabilidade do produtor foi impactada pela queda dos preços […]
Santo Ângelo
A cidade decretou situação de emergência em 31 de dezembro. Os prejuízos nas lavouras de milho de milho de Santo Ângelo, até o final de 2021, chegavam a 80%. Na soja e produção leiteira as perdas passam de 50%. Nessas culturas, as principais fontes de renda do meio rural da cidade, os prejuízos ultrapassam os R$ 193 milhões. Além disso, são registradas perdas significativas em culturas de subsistência. Com isso, o prejuízo passará dos R$ 200 milhões. Os dados são de levantamentos apresentados pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural (SDR) e Emater, divulgados pela Prefeitura Municipal de Santo Ângelo.
Demandas
Por volta de 10h30, está agendada uma reunião com lideranças no Auditório da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Campus de Santo Ângelo/RS.
Diversas entidades representativas participam da visita e da reunião com demandas para o governo federal. A solicitação é por ações que auxiliem a amenizar os prejuízos dos produtores rurais. A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) elaborou nesta semana um documento com sugestões e solicitações, que será encaminhado aos governos do Estado e federal.
Entre os pedidos ao governo federal, está subsídio para o “milho balcão” (ProVB) da Conab, ampliação do ZARC (zoneamento agrícola) da soja, recursos para irrigação e a ampliação automática do vencimento das operações vencidas e vincendas por 180 dias.
Visita
O vice-governador Ranolfo Vieira Júnior e a secretária da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, acompanham a visita na cidade gaúcha.
Ainda hoje, a ministra estará em Chapecó (SC). Amanhã (13), serão visitadas propriedades em Cascavel (PR) e Ponta Porã (MS).
Com informações da Rádio Progresso de Ijuí
