Auditores fiscais federais agropecuários apreenderam 1.368 litros de bebidas irregulares, entre cachaças, coquetéis e licores artesanais, durante uma operação de fiscalização no município de Morretes (PR), importante destino turístico e gastronômico do litoral paranaense. A ação foi conduzida pelo Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sipov) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com o objetivo de coibir a comercialização de produtos clandestinos sem qualquer controle de qualidade.
Segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), esse tipo de fiscalização é essencial, sobretudo em regiões conhecidas pela produção de cachaças artesanais de alta qualidade, como é o caso de Morretes. A cidade tem uma rica tradição gastronômica e cultural, com diversos produtores devidamente registrados, que seguem padrões rigorosos de higiene, rastreabilidade e segurança.
Porém, a operação revelou um cenário preocupante: a atuação de produtores e comerciantes irregulares, que se aproveitam do intenso fluxo turístico para vender bebidas sem origem conhecida, rótulos falsificados ou em desacordo com a legislação. Durante a fiscalização, os auditores encontraram produtos sem nota fiscal, fabricados com substâncias e corantes não autorizados e acondicionados em garrafas reutilizadas, adquiridas em pontos de reciclagem, sem qualquer garantia de higienização.
Em uma feira livre, os auditores fiscais federais agropecuários apreenderam todos os estoques das seis principais barracas visitadas. Nenhum dos produtos atendia aos requisitos mínimos de identidade, qualidade e segurança. Os responsáveis foram autuados por vender bebidas sem registro no Mapa, sem comprovação de procedência e, em um dos casos, por tentar ocultar mercadorias da fiscalização. Todo o material será encaminhado para descarte. “A documentação foi enviada ao Ministério Público para providências no âmbito da legislação de proteção ao consumidor, devido ao risco à saúde e segurança da população”, informou o auditor fiscal federal agropecuário Fernando Mendes, chefe do Sipov no Paraná.
Produtores
Além dos pontos de venda, a operação também fiscalizou estabelecimentos produtores de bebidas. Um deles foi interditado por falta de registro, estrutura inadequada e más condições higiênico-sanitárias. O local utilizava ingredientes fora dos padrões legais e armazenava bebidas com rótulos irregulares. O responsável também foi autuado por ser considerado depositário infiel de produtos anteriormente apreendidos.
Outro estabelecimento, mesmo registrado no Mapa, foi fechado por operar sem as condições sanitárias exigidas e por armazenar matéria-prima em embalagens inadequadas, como cachaças saborizadas com banana, limão e mel.
De acordo com Mendes, a ação teve caráter educativo, buscando incentivar a regularização de unidades produtivas clandestinas. “O objetivo principal é garantir um ambiente de negócios justo, proteger o consumidor e valorizar os produtores que seguem as regras e mantêm viva a reputação da cachaça artesanal local”, afirmou.
Para o presidente do Anffa Sindical, Janus Pablo Macedo, ações como essa evidenciam a importância do trabalho da carreira na promoção da segurança alimentar e da saúde pública. “Os auditores fiscais federais agropecuários são profissionais essenciais na fiscalização da produção e comercialização de alimentos e bebidas. Atuam com base técnica e compromisso com o interesse público, garantindo que o que chega à mesa do consumidor seja seguro, legal e de qualidade. Valorizar esses profissionais é valorizar a saúde da população brasileira.”
Fonte: Fernanda Balbino / Assessoria ANFFA SINDICAL