Agronegócio

Hortaliças registram nova queda de preços nos principais mercados atacadistas do país

maioria das hortaliças comercializadas nos principais mercados atacadistas do país registraram uma nova queda nos preços. Alface, batata, cenoura e cebola ficaram mais baratas no último mês nas Centrais de Abastecimentos.

A maioria das hortaliças comercializadas nos principais mercados atacadistas do país registraram uma nova queda nos preços. Alface, batata, cenoura e cebola ficaram mais baratas no último mês nas Centrais de Abastecimentos (Ceasas) analisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), como mostra o 10º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta quinta-feira (19) pela estatal.

A maior queda na média ponderada registrada em setembro ficou para a cebola. A redução foi verificada mesmo com a menor quantidade do produto nos mercados em comparação com os níveis de agosto. A produção pulverizada pelo país ajuda a explicar os preços mais baixos, condição que permite inferir que a oferta se encontra mais próxima aos centros consumidores, com menores custos de logística, posicionando os preços em patamares mais baixos.

Para a batata, a diminuição contínua e unânime das cotações pode ser explicada pela intensificação da safra de inverno a nível nacional. Mais uma vez, o total comercializado nas onze Ceasas ultrapassou a marca das 100 mil toneladas. No caso da alface, continua a tendência declinante dos preços de forma menos intensa do que em meses anteriores. Porém, este movimento de queda não foi unânime. O clima influenciou tanto na oferta quanto na demanda da folhosa. O calor encurtou o ciclo da alface, o que obriga o produtor a colocar seu produto no mercado, ao mesmo tempo que a alta de temperatura aumenta a demanda do produto.

Outro produto que teve queda na média ponderada, mas não em todos mercados pesquisados foi a cenoura. A oferta da raiz no atacado em setembro foi menor quando comparada a agosto. Porém, as chuvas e as temperaturas altas registradas no último mês a nível nacional nas áreas produtoras provocaram perda de qualidade do produto, influenciando na desvalorização da cenoura e, consequentemente, queda na demanda. Deve-se destacar que as precipitações em setembro no Rio Grande do Sul praticamente interromperam a colheita, gerando queda de cerca de 65% dos envios deste estado à Ceasa.

Apenas o tomate não apresentou uma tendência de comportamento uniforme de preços no atacado, variando de acordo com as maiores ou menores entradas do fruto durante o mês. As variações de temperatura, atrasando ou acelerando a maturação e, consequentemente, proporcionando diminuição e aumento de oferta explica os preços oscilantes

Frutas – Banana e mamão foram as frutas que seguiram o comportamento de queda de preços registrados para a maioria das hortaliças, conforme verificado pela Conab. Em setembro, o mercado atacadista de banana registrou queda das cotações devido a boa oferta da variedade prata oriunda tanto do sul quanto do norte mineiro, que amadureceu aceleradamente por causa da elevação das temperaturas. Houve também o registro de queda na comercialização na maioria dos entrepostos atacadistas, o que pode ser explicado pelo feriado prolongado de 7 de setembro.

No caso do mamão, a maior oferta da variedade papaya, advinda de diversas regiões produtoras, mas com maior volume do sul baiano, permitiu a queda na média ponderada dos preços praticados, mesmo com o crescimento da demanda a partir da segunda quinzena do último mês em decorrência do clima mais quente.

As condições climáticas também influenciaram na demanda da laranja. As temperaturas mais elevadas fizeram com que a procura pela fruta se intensificasse a partir da segunda semana de setembro. Como a oferta esteve controlada, por causa do alto consumo de laranjas para moagem, os preços subiram na maior parte das Ceasas.

O calor também influenciou no consumo da melancia, principal motivo que explica a alta nas cotações do produto. Já para a maçã, houve elevação para as cotações e queda para a comercialização da fruta na maioria das Centrais analisadas, comportamento tradicional nesse período do ano, em que os estoques das companhias classificadoras vão paulatinamente diminuindo.

Exportações – De janeiro a setembro de 2023, o volume total de frutas exportado foi de 694 mil toneladas e o valor foi de US$ 794,8 milhões, aumento de 5,14% e 19,04%, respectivamente, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Os embarques de frutas como bananas (-26,7%) e mamões (-10,1%) foram menores, enquanto foram ampliadas as vendas ao mercado externo de mangas (14,3%), limões e limas (5,3%), melancias (11,3%) e abacates (142%).

Destaque – A cada mês, o Boletim Prohort ressalta a atuação de um dos mercados atacadistas analisados. Nesta edição, a seção de Destaques das Ceasas aborda o papel da Conab e das Centrais de Abastecimento no combate à fome, com destaque para as ações realizadas pelo entreposto de Brasília.

Umas das ferramentas adotadas pela Ceasa/DF é o Programa de Inclusão Socioprodutiva Rural – Produzir, que tem entre seus objetivos promover a segurança alimentar e nutricional dos seus beneficiários: agricultores familiares, público da reforma agrária, povos e comunidades tradicionais e empregados rurais, na participação em eventos e atividades culturais, educacionais e de mobilização social. 

O Programa estabelece incentivo para a comercialização no mercado institucional, promovido por meio da concessão de desconto de 80% nas taxas cobradas para comercialização no mercado de atacado e varejo da Ceasa/DF aos produtores rurais enquadrados como beneficiários do Produzir. Os produtores rurais que não se enquadram no programa também possuem de desconto da tarifa de concessão no valor de 50%.

Além de toda a estrutura para comercialização e apoio ao produtor rural, a Central em Brasília possui o Banco de Alimentos capaz de receber, dar tratamento adequado e distribuir alimentos doados pelos comerciantes e produtores.

Os dados estatísticos do Boletim Prohort da Conab são levantados nas Centrais de Abastecimento localizadas em São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Vitória/ES, Curitiba/PR, São José/SC, Goiânia/GO, Recife/PE, Fortaleza/CE e Rio Branco/AC e Brasília/DF. As análises completas podem ser acessadas no 10º Boletim Hortigranjeiro, disponível no Portal da Conab.

Fonte: Conab