A Diferente, principal foodtech de assinatura de alimentos orgânicos do país, tem atuado para que os produtores rurais diminuam as perdas e apresentem uma melhor produtividade em suas pequenas lavouras, assegurando a melhoria da qualidade da alimentação e o seu empoderamento econômico. Para cumprir esse objetivo, a companhia adquire os alimentos considerados “fora do padrão” – aqueles perfeitamente bons e frescos, porém apontados como “feios” para os moldes tradicionais do varejo de alimentos. O resultado? Muitos agricultores já veem sua produtividade aumentar em até 40%.
De acordo com Paulo Monçores, CTO e cofundador da Diferente, a empresa fundada em 2022 iniciou os seus trabalhos com o desafio de buscar produtores de alimentos orgânicos que se enquadravam nos critérios de qualidade e que poderiam, a partir deles, ser certificados. Porém, esse cenário já se alterou, e a corporação, que no momento apoia mais de 200 agricultores, vem sendo procurada ativamente por eles graças aos resultados garantidos pela parceria. “Cada vez mais recebemos contato de produtores interessados em firmar parceria conosco”, acrescenta.
Isso ocorre porque a contribuição da foodtech aos pequenos produtores vai além da compra dos alimentos. Se apropriando do uso de inteligência artificial, a empresa consegue avaliar as demandas dos clientes de forma mais assertiva e projetar as caixas de acordo com o seu consumo semanal ou quinzenal. A partir desses dados, a Diferente consegue ajudar no planejamento de plantio mais adequado dos agricultores, para que possam priorizar itens que têm mais saída, evitando assim o descarte de alimentos.
Além disso, a startup deverá ampliar ainda mais a sua assistência para os produtores. Isso porque neste ano irá iniciar uma espécie de “assessoria” aos agricultores ao promover visitas técnicas nas fazendas para apoiá-los no manejo das culturas. Segundo Monçores, a ideia do projeto visa auxiliar os fornecedores no trabalho de conversão dos sistemas convencionais para o orgânico.
“A intenção é consolidar a Diferente como uma forte aliada do setor agrícola brasileiro e incentivar o modelo natural de produção para ampliar a oferta e viabilizar a melhora da produtividade dos pequenos produtores rurais. Com isso, conseguimos colaborar também no combate ao desperdício nessa etapa da cadeia”, finaliza Paulo Monçores.
Davi Ralitera, fundador da Fazenda Santa Adelaide Orgânicos, explica que a parceria com a foodtech tem apresentado impactos positivos. “O mercado nos obriga a trabalhar com padrões e aí nós perdemos de 15% a 20% do que colhemos. A cenoura não cabe na bandeja ou tem duas pernas, o pepino está torto, a beterraba muito grande ou muito pequena. São diversas regras impostas aos orgânicos. Com a Diferente conseguimos encontrar um destino para esses alimentos, julgados por estarem fora do padrão, mas igualmente bons para o consumo. Isso remete a um dos pilares da cadeia orgânica que é a sustentabilidade. Saber que um tomate que a gente teria que jogar fora, terá um destino é gratificante”.
De acordo com um estudo da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) a perda de alimentos no Brasil acontece em toda a cadeia de produção, sendo que 10% desse montante já é desperdiçado ainda no campo. Esse cenário ocorre devido as diversas imposições do mercado orgânico que ainda luta para competir com os tradicionais. A entidade revela ainda que 50% do que é perdido acontece durante o manuseio e transporte, e outros 30% na comercialização e abastecimento.
Fonte: Diferente.