Neste período de El Ninõ, a região sul do Brasil já registra média superior a 400 milímetros (mm), mais do que o dobro para o mês, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
A deriva é quando o produto é desviado de sua destinação de aplicação devido a condições meteorológicas inadequadas, ou devido a velocidade de aplicação e da altura da pulverização.
“Por conta deste período atípico, com incidência de chuvas além do previsto, a janela de plantio e de aplicação de defensivos agrícolas ficou mais curta, o que pode aumentar o risco de deriva nas aplicações. Devido a pressa, as pulverizações são feitas com maiores velocidades e menores volumes de calda, o que acarreta vários problemas, como a maior pressão nas pontas e o uso de gotas mais finas, gerando mais risco de deriva. Por isso, os agricultores do Rio Grande do Sul precisam seguir estritamente as bulas, Instruções Normativas e demais orientações para a utilização não só dos herbicidas, mas também dos fungicidas e dos inseticidas”, destaca Ulisses Rocha Antuniassi, professor da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Para reduzir a possibilidade do aumento da deriva no Rio Grande do Sul, o produtor rural deverá estar atento a algumas recomendações fundamentais na aplicação do produto, principalmente do herbicida hormonal. Jair Maggioni, coordenador de Boas Práticas Agrícolas da Corteva Agriscience, cita as principais: “O defensivo deve ser utilizado apenas em temperatura ambiente inferior a 30ºC, a umidade relativa do ar deve ser superior a 55%, a velocidade média do vento entre 3 e 10 km por hora, o volume de calda entre 100 e 150 litros por hectare, pontas de pulverização com indução de ar e regulagem das gotas e barras de pulverização a 50 centímetros de altura do alvo, além do mapeamento das culturas vizinhas”.