Alimentação, desperdício e fome têm sido temas recorrentes nos últimos anos. Trazer uma conscientização para a população é um propósito das organizações mundiais. Diante disso, o Escritório Regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) criou em 2019 o Dia Internacional de Conscientização sobre a Perda e o Desperdício de Alimentos no mundo, comemorado no dia 29 de setembro.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) busca, por meio das suas ações e programas, combater o desperdício desde a plantação até o alimento chegar ao consumidor. Um dos meios são os recursos genéticos, que dentre as suas funções, permitem reduzir as perdas pós-colheita.
Os recursos genéticos abrangem uma ampla gama de material genético vegetal e animal que pode ser usado para criar novas variedades de culturas e raças de gado. Ao desenvolver variedades de culturas mais resistentes a doenças e adaptadas a diferentes condições ambientais, é possível reduzir as perdas de culturas e melhorar a eficiência global da produção alimentar.
“Estamos intensificando a produção de alimentos incentivando e investindo em boas práticas, na agricultura de precisão, com eficiência para combater o desperdício e oferecendo comida de qualidade para as famílias ao redor do mundo”, comentou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
O coordenador de Recursos Genéticos para a Alimentação e Agricultura da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI), Luis Gustavo Pacheco, afirma que os recursos também permitem o desenvolvimento de variedade de frutas, vegetais e grãos com maior tempo de vida de prateleira e resistência à deterioração. “Eles permitem que uma maior quantidade de alimentos produzidos chegue aos consumidores com menos deterioração ou danos”, diz.
Outra maneira de reduzir o desperdício, é com a adoção das Boas Práticas Agrícolas, instituída pela Portaria Mapa Nº 337/2021. Consiste em princípios, normas e recomendações técnicas aplicadas nas etapas de produção, processamento de transporte de produtos vegetais alimentícios e não alimentícios, a fim de promover a oferta de alimento seguro. E por meio dessas práticas agropecuárias, é possível a melhora do sistema e redução das contaminações e perdas na cadeia primária de produção.
Dentre a agenda do governo federal, foi criado o Plano Brasil Sem Fome, com ações, programas e metas propostas pelos 24 ministérios que compõem a Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan). O plano é organizado em três eixos: acesso à renda, redução da pobreza e promoção da cidadania; alimentação adequada e saudável, produção ao consumo; e mobilização para o combate à fome. Diminuir o desperdício de alimentos também está dentro das medidas.
Entre as ações e metas do Mapa no plano estão, a criação de estratégia intersetorial de redução de perdas e desperdícios de alimentos no Brasil, além do desenvolvimento de tecnologias, processos e produtos apropriados à produção orgânica, de base agroecológica e da sociobiodiversidade e promover a construção coletiva e a socialização do conhecimento.
Fonte: MAPA