Fechamento de Mercado

Demanda dá suporte e soja sobe quase 1% na Bolsa de Chicago

Grandes suprimentos nos EUA e expectativas de uma alta produção de soja na América do Sul continuam a sobrecarregar o mercado

Mãos segurando grãos de soja
Efeitos do La Niña na safra de soja da Argentina estão no radar dos investdores | Foto: Banco de Imagens

A sessão desta quinta-feira (05) foi positiva aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da oleaginosa subiram entre 8,50 e 10,00 pontos. O contrato janeiro/25 era cotado a US$ 9,93 por bushel.

Segundo os analistas internacionais, o mercado subiu quase 1% com o suporte das informações da demanda. Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou a venda de 136.000 toneladas de soja à China.

Além disso, o departamento ainda divulgou seu boletim de vendas semanais. “As vendas líquidas semanais de exportação de soja dos EUA chegaram a 85 milhões de bushels, perto do limite superior das expectativas comerciais que eram de 40,5-88 milhões de bushels, e apenas um pouco abaixo das grandes vendas da semana anterior de 92,2 milhões de bushels. O total de vendas parece dar suporte aos preços da soja“, informou o The Brock Report.

Embora, o mercado tenha subido, os grandes suprimentos de uma safra quase recorde nos EUA e expectativas de uma grande produção na América do Sul continuam a sobrecarregar o mercado.

La Niña no radar

No entanto, a previsão de La Niña voltou a ter a atenção dos traders. Isso porque, em anos com o evento climático, a Argentina normalmente não colhe grandes safras.

“A Argentina é o maior exportador de produtos de soja e também um importante fornecedor de milho, mas tanto a produtividade da soja quanto a do milho estão abaixo da média há pelo menos quatro anos, devido principalmente a uma série de fenômenos La Niña“, destacou a Reuters.

Nesse momento, os produtores argentinos estão quase na metade da semeadura da soja e do milho. Os trabalhos nos campos estavam lentos devido às condições de seca, porém, o cenário mudou em novembro, com chuvas 30% acima da média do mês.

Paralelamente, a possibilidade de retomada da disputa comercial entre EUA e China segue no radar. Desde a reeleição de Donald Trump esse tema tem sido recorrente no mercado internacional.

Mercado do milho

Assim como para a soja, o pregão desta quinta-feira também foi positivo aos preços futuros do milho em Chicago. Os vencimentos do cereal exibiram ganhos entre 4,50 e 5,00 pontos. O contrato dezembro/24 era cotado a US$ 4,26 por bushel.

Conforme os analistas internacionais, o mercado também encontrou suporte na demanda. “As vendas líquidas de exportação de milho dos EUA para a semana encerrada em 28 de novembro chegaram a 69,1 milhões de bushels, superando as expectativas comerciais que eram de 31,5-61 milhões de bushels e as vendas da semana anterior [total] de 44,4 milhões de bushels. O total de vendas deve dar suporte aos preços do milho, especialmente porque foi para uma semana encurtada por feriado”, de acordo com o The Brock Report.

Contudo, os preços do milho continuam sob pressão de uma colheita quase recorde nos EUA e condições favoráveis ​​de safra na América do Sul. Por outro lado, o mercado também segue acompanhando de perto as informações sobre a produção de etanol nos EUA.

Mercado do trigo

Do mesmo modo que a soja, os futuros do trigo também encerraram o dia em alta na CBOT. Os contratos da commodity acumularam ganhos entre 8,75 e 10,00 pontos. O dezembro/24 fechou a sessão a US$ 5,46 por bushel.

“As vendas líquidas semanais de exportação de trigo dos EUA chegaram a 13,9 milhões de bushels, em linha com as expectativas comerciais que eram de 11-22 milhões de bushels e ligeiramente acima das vendas da semana anterior de 13,5 milhões de bushels. Os dados de vendas parecem neutros para os futuros de trigo”, conforme o The Brock Report.

Ainda assim, os futuros do trigo caíram nos últimos dois meses, pois as chuvas de novembro levaram a melhores condições de colheita nas Planícies e um forte fortalecimento do dólar americano gerou preocupações sobre a demanda de exportação. Entretanto, sinais de problemas nos principais produtores, como Austrália e Rússia, podem ajudar a limitar novos declínios de preços.