Prejuízos

Colheita do trigo avança, mas qualidade decepciona no RS

O potencial produtivo e a qualidade foram afetados, principalmente, pelo excesso de chuvas no Rio Grande do Sul

Foto de colheitadeira amarela despejando grãos de trigo em carreta.
Há grande variação de produtividade conforme as regiões do estado | Foto: Leonardo Wink/Destaque Rural

A colheita do trigo avançou significativamente na última semana e alcançou 64% das lavouras do Rio Grande do Sul, conforme o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (07) pela Emater/RS-Ascar. As estimativas para a safra também foram atualizadas e se mantiveram próximas ao que foi projetado no início do ciclo. Apesar disso, a qualidade do trigo está decepcionando produtores e afetando a comercialização do cereal.

A qualidade foi afetada principalmente pelo excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, que também levou a maior incidência de doenças, como a giberela e brusone, e a redução do potencial produtivo em algumas áreas. “Devido à oscilação no padrão dos grãos colhidos, parte dos produtores enfrentam dificuldades operacionais para a comercialização, uma vez que as cerealistas precisam segregar lotes de diferentes qualidades, além de haver, nos moinhos, rígidos parâmetros de peso hectolitro (PH), número de queda (falling number) e presença de micotoxinas (Deoxinivalenol)”, relata o documento.

Com isso, parte dos produtores não estão conseguindo cumprir as obrigações financeiras com as instituições bancárias e estão encaminhando solicitações de perícia para avaliação da produção.

Em relação a produtividade, há grande variação entre as diferentes regiões do Estado e até mesmo em dentro de uma mesma região. Entre os fatores para essa diferença estão as condições climáticas, cultivares, rotação de culturas, época de semeadura e tecnologia aplicada. Apresentam melhor potencial os cultivos no Alto Botucaraí, no Planalto e Campos de Cima da Serra.

Na regional de Santa Rosa, onde a colheita foi praticamente concluída, chegando a 95% da área, a produtividade média das lavouras na região registrou redução de cerca de 12% em relação à estimativa inicial de 3.295 kg/ha. Além disso, o PH da produção variou consideravelmente, mas a maioria apresenta densidade de 76 kg/hl. Esses resultados não cobrem os custos dos financiamentos contratados e produtores estão solicitando cobertura do seguro agrícola ou do Proagro. “Devido à sequência de seis safras frustradas e dos consequentes pedidos de cobertura do Proagro, há produtores que não conseguirão contratar o seguro para a próxima safra de verão”, afirma o Informativo.

Ainda assim, algumas lavouras da região apresentaram melhor desempenho, como em Independência, cuja produtividade variou entre 3,3 mil e 3,9 mil kg/ha e o PH foi superior a 78.

Com informações da Emater/RS-Ascar

Confira também