Agronegócio

Caso das búfalas de Brotas foge à regra dos produtores paulistas, afirma Faesp

Animais foram encontrados pela Polícia Ambiental em situação de abandono. Proprietário nega.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) divulgou nota hoje (06) comentando e lamentando o caso das Búfalas de Brotas. A entidade considera o caso uma exceção à normalidade da pecuária. No comunicado, o presidente da Faesp pede a punição do responsável. “Isto é bastante claro para todos os que lidam com a agropecuária: nenhum sistema produtivo admite aberrações como o procedimento desse cidadão de Brotas. Relembremos: criar é o contrário de destruir e, no caso da pecuária de corte ou de leite, que não há diferença, o ato de criar corresponde ao principal”, disse Fábio de Salles Meirelles.

Integrantes da entidade também defendem que os animais sejam confiscados e direcionados para fazendas do estado para se recuperarem. Depois disso, é sugerido um leilão, cujo valor arrecadado seria encaminhado para um fundo de cuidados de animais. “Não podemos dizer que esse cidadão é um produtor rural ou um criador de animais. É inadmissível uma situação chegar a esse ponto. Nada justifica, nem pandemia e muito menos questão financeira, pois o prejuízo é muito maior. Nós, produtores, enxergamos isso como crime e pedimos punição exemplar e confisco dos animais”, diz o coordenador da Comissão de Bovinocultura de Leite da Faesp, Wander Luís Carvalho Bastos, também presidente do Sindicato Rural de Cruzeiro e secretário municipal de Meio Ambiente.

Cyro Ferreira Penna Junior, presidente do Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC) e coordenador da Comissão de Bovinocultura de Corte da Faesp, diz que o caso de Brotas está longe de representar a realidade do setor. “Esta situação é uma exceção à regra. Maus-tratos a animais são um crime, e a entidade, acima de tudo, defende a lei e a legalidade dos sistemas produtivos”, afirma Penna Júnior.

Bem-estar e produtividade

A nota ainda ressalta que os pecuaristas estão interessados no bem estar dos animais. “Primeiramente pelas razões humanas e, em segundo lugar, pelo fato de estar mais do que comprovado que o bem-estar tem papel fundamental na qualidade e no volume de produção”, explica Bastos.

Nessa linha, Meirelles destaca que durante as reuniões técnicas da FAESP são realizadas discussões com respeito à implantação de novas técnicas produtivas voltadas ao bem-estar e à sanidade animal.

“Além disso, no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-SP), o braço educativo no Sistema FAESP/SENAR/Sindicatos, temos vários cursos em seu quadro de formação profissional destinados à pecuária de corte e de leite. São diversos módulos que tratam do manejo dos animais e que reforçam junto aos alunos, produtores, trabalhadores rurais e familiares, a convicção de que o bom tratamento é indispensável à produtividade, à evolução da condição animal e ao aperfeiçoamento pessoal”, finaliza Meirelles.