Agronegócio

Auditores fiscais federais agropecuários sinalizam greve e intensificam mobilização

Os auditores fiscais federais agropecuários (affas) podem paralisar as atividades por tempo indeterminado a partir da próxima semana. A decisão quanto à greve será tomada em Assembleia Geral Nacional Extraordinária (AGNE), ainda sem data determinada. A realização da Assembleia é motivada pela insatisfação da categoria com o governo federal em relação ao pedido de reestruturação da carreira, conforme o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (ANFFA Sindical). Os auditores estão em operação-padrão desde o final de dezembro do ano passado.

A mobilização já está sendo intensificada, o que pode gerar atrasos e filas em portos, aeroportos e fronteiras, segundo o comunicado. Se a greve for confirmada, a categoria garante que serão preservados serviços essenciais à saúde e à segurança alimentar. Também serão mantidos controles de entrada de pragas e doenças, a fim de não comprometer programas de erradicação e controle, a exemplo da Febre Aftosa e da Peste Suína Africana (PSA).

“Na operação-padrão os affas vêm obedecendo aos prazos regimentais e emitindo a documentação necessária à liberação de cargas ao produtor”, afirma o Janus Pablo, presidente do ANFFA, esclarecendo que isso também não deve mudar com a greve. Também serão priorizadas atividades como a liberação de cargas vivas e perecíveis, a fiscalização de bagagens de passageiros e de animais de companhia (pets).

Reivindicações

Segundo o ANFFA Sindical, o governo não sinalizou positivamente às necessidades da carreira, de recompor perdas inflacionárias e defasagem salarial de mais de cinco anos sem reajustes. A categoria aponta para carência de 1.620 affas, acúmulo de serviço e excesso de horas trabalhadas.

Ainda de acordo com o Sindicato, Mapa possui cerca 2,5 mil Affas na ativa. Comparado ao número de affas em 2000, quando o contingente era de 4.040, a redução é de 37,3% no quadro de auditores agropecuários. Essa redução ocorreu, em grande parte, devido a aposentadoria desses servidores, sem a reposição. “É inadmissível uma carreira que tem desempenho crucial na segurança alimentar do país e nos resultados positivos do agronegócio ser tratada com tanto descaso pelo Planalto”, afirma o presidente.

Com informações da ANFFA Sindical