A área tratada com defensivos agrícolas segue avançando no Brasil. No primeiro semestre de 2022, o aumento foi 0,2%, chegando a 741,278 milhões de hectares, aumento de 1,663 milhão em comparação com o mesmo período de 2021. A informação foi divulgada hoje (23) pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), que aponta para o agravamento do ataque de insetos, dificuldade para controle de doenças e aumento das infestações de plantas daninhas como causas para o crescimento.
“As estatísticas do primeiro semestre do ano apontam para aumento no uso de herbicidas e de inseticidas. Insetos sugadores na soja, milho e cana – como mosca-branca, cigarrinhas e percevejos – e o bicudo do algodão destacam-se cada vez mais como os principais inimigos da produtividade na agricultora. A área aplicada de inseticidas aumentou 1%, chegando a 241,778 milhões de hectares, e a aplicação de herbicidas contra plantas daninhas aumentou 3%, atingindo 124,914 milhões de hectares”, comenta o presidente do Sindiveg, Júlio Borges Garcia.
Por outro lado, houve uma queda de 12,3% no uso de fungicidas, cuja área tratada caiu de 145,325 milhões de hectares para 127,440 milhões de hectares. Segundo Garcia, a redução se deve à antecipação do plantio de soja no último trimestre de 2021 e à estiagem. “Como os fungos dependem do tempo úmido para se desenvolver, os produtores rurais reduziram a aplicação de fungicidas, devido as condições desfavoráveis da lavoura e a menor incidência de doenças”.
As adversidades climáticas levaram a uma queda de 23% na área tratada de soja, enquanto o algodão teve aumento de 24%, o milho saltou 15% e a cana-de-açúcar avançou 6%. O café também apresentou redução, de 10%.
Valor de mercado
O valor do mercado de defensivos aplicados cresceu 20% no primeiro semestre, saltando de US$ 5,468 bilhões para US$ 6,560 bilhões. Segundo a indústria, o avanço é consequência do impacto do câmbio e do cenário econômico global, “que causaram grande impacto no custo logístico e de matérias-primas”. Em moeda nacional, o mercado cresceu 17,6%, chegando a R$ 34,264 bilhões.
Considerando os segmentos de produtos, os inseticidas representaram 37% do valor de produtos aplicados no primeiro semestre. Os herbicidas participaram com 26%, os fungicidas com 25% e o tratamento de sementes com 6%. Em relação às culturas, o milho representou 33% do valor de mercado; a soja, 23%; o algodão, 18%; e a cana-de-açúcar, 12%. Em volume, houve aumento de 1,4% e o total passou de 468.760 toneladas para 475.366 toneladas.
Pesquisa
O conceito de área tratada, utilizado pela entidade, é o resultado da multiplicação da área cultivada em hectares pelo número de aplicações de defensivos e, ainda, pelo número de produtos formulados em cada uma das aplicações. Os dados foram encomendados à Spark Consultoria Estratégica, que utiliza como base entrevistas com mais de 18 mil agricultores em todo o país.
“Os agricultores estão cada vez mais atentos aos desafios fitossanitários, que são recorrentes e crescentes, mas também às oportunidades, investindo cada vez mais em tecnologia e prevenção contra as pragas, doenças e plantas daninhas”, observa o presidente do Sindiveg.
Com informações do Sindiveg