Agronegócio

Área tratada com defensivos cresce 8,7% no terceiro trimestre

Apesar do resultado, entidade alerta para escassez de matérias-primas importadas, aumento dos custos dos defensivos e risco de fornecimento de insumos

A área tratada com defensivos agrícolas no país cresceu 8,7% no terceiro trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período do ano anterior. No total, 209,3 milhões de hectares foram tratados no período contra 192,4 milhões de hectares no 3º trimestre de 2020, um aumento de 16,8 milhões ha. Os dados foram divulgados hoje (25) pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).

A soja foi o produto com maior área tratada no período, representando 32% do total. Ela é seguida por pastagem (20%), trigo (12%), milho (10%), cana (7%) e demais cultivos.

“Esse resultado decorre de uma série de fatores, com destaque para o início do plantio de verão e o esperado aumento da safra 2021/2022, além da expectativa de preços firmes das principais commodities”, explica Julio Borges, presidente do Sindiveg. O aumento da safra 21/22 foi estimado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que projeta a próxima safra de grãos 14% maior que a colheita de 2020/2021.

Defensivos

Em volume, os defensivos aplicados no 3º trimestre atingiram 154,6 mil toneladas, 6,6% maior que as 145,1 mil toneladas em igual período de 2020. Entre os principais segmentos de produtos, verificou-se crescimento de 14% no uso de fungicidas, 12% no uso de inseticidas, de 7% no uso de tratamento de sementes e 4% no uso de herbicidas.

O valor de mercado dos defensivos agrícolas aplicados chegou a US$ 1,7 bilhão, com elevação de 21,7% sobre julho a setembro de 2020 (US$ 1,4 bilhão). Destaque para a soja, que aumentou sua participação de 24% para 26% do total, chegando a US$ 435,1 milhões. Também houve elevação para 9% na participação do milho e do trigo, 5% do feijão e 3% do algodão. A cana-de-açúca diminuiu participação para 18%, atingindo US$ 303,5 milhões, enquanto hortifrúti passou de 11% para 10%. Esse índice inclui o lucro dos distribuidores e desconta as vendas para estoque.

“A expectativa de crescimento da próxima safra é uma ótima notícia para todos os elos da cadeia produtiva, mas é importante destacar que o crescimento de área requer mais atenção dos agricultores aos desafios fitossanitários, que não são poucos e estão sempre se renovando”, complementa Julio Borges.

Preocupação

Apesar do crescimento, o presidente do Sindiveg expressa ressalto o cenário global. “É instável e preocupa bastante, devido à escassez de matérias-primas importadas, elevação dos custos e, especialmente, falta de garantia de entrega de insumos pela China, nosso principal fornecedor”.

“O Sindiveg está em alerta sobre a elevação dos custos de matérias-primas importadas e os problemas de logística. Especialmente nas últimas semanas, temos enfrentado dificuldades para recebimento de importantes insumos. A entidade e todas as indústrias associadas trabalham incansavelmente para equacionar a situação o mais rápido possível, para evitar eventual falta de insumos, mas o cenário é extremamente preocupante”, explica Julio Borges.

Estudo

O estudo foi encomendado pelo Sindiveg à Spark Consultoria Estratégica. Ele inclui análises exclusivas de dados de mercado que tomam por base entrevistas feitas com mais de 18 mil agricultores de toda a fronteira agrícola nacional.

Fonte: Sindiveg