Tragédia

3,7 mil criadores perderam animais durante enchentes no RS

Acúmulo de barro nos locais de manejo dos
bovinos de leite em Bossoroca | Foto: Divulgação/Emater/RS-Ascar
Acúmulo de barro nos locais de manejo dos bovinos de leite em Bossoroca | Foto: Divulgação/Emater/RS-Ascar

A pecuária gaúcha foi severamente afetada pelos eventos climáticos extremos registrados entre abril e maio no Rio Grande do Sul. Mais de 3,7 mil criadores perderam animais durante as chuvas e enchentes. Os dados foram divulgados hoje (04) no Relatório de Perdas, elaborado pela Emater/RS-Ascar e divulgado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR).

O maior contingente de animais perdidos são de aves comerciais, onde as mortes chegam a mais de 1,1 milhão de cabeças. Além disso, 14,8 mil bovinos de corte, 14,7 mil suínos e 2,4 mil bovinos de leite foram perdidos. Na piscicultura as perdas somam 937,93 toneladas, enquanto 16 mil caixas de abelhas foram perdidas na apicultura.
“A morte de suínos e aves afeta substancialmente a cadeia de suprimentos de proteína animal para mercados nacionais, exigindo tempo e recursos para a recuperação. Na piscicultura e apicultura, comprometem principalmente o abastecimento regional. A abrangência dessas perdas destaca a vulnerabilidade dos locais utilizados para criação a eventos climáticos extremos, requerendo ações coordenadas para recuperação ou realocação de estruturas”, afirma a Emater/RS-Ascar.
Além da perda de animais, mais de 32,4 mil produtores registraram perdas em pastagens, incluindo campo nativo, plantas forrageiras e cultivos para silagem. Essas perdas afetam o sustento dos rebanhos e impactarão diretamente a produção de leite e de carne nos próximos meses.

Dos mais de 7,5 mil hectares de silagem atingidos, 67,04% registram prejuízos. As perdas chegam a 48,84% em 249,8 mil hectares de área cultivada e 45,02% em 430,8 mil hectares de área nativa.

Um dos setores mais afetados foi a produção leiteira. Além da perda de animais, houve impossibilidade de ordenha devido aos danos e a passagem dos caminhões com tanque coletor de leite foi impedida pela falta de acesso às propriedades. “Em várias localidades, esses problemas ainda persistem, pois não é possível realizar a coleta de maneira contínua, o que provoca prejuízos econômicos, bem como o desabastecimento”, destaca o Relatório.

Diante disso, mais de 1,4 milhão de litros não foram coletados diariamente, totalizando mais de 9,6 milhões de litros não coletados, o que prejudicou 7,4 mil produtores.