Agronegócio

Entidades do agronegócio repudiam ataques aos Três Poderes

Entidades ligadas ao agronegócio se manifestaram em relação aos ataques aos Três Poderes ocorridos neste domingo (08), em Brasília. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram o Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional, depredando símbolos nacionais e causando danos ao patrimônio, enquanto pregavam golpe de estado.

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) disse que repudia as invasões e atos de vandalismo. “A FPA como defensora do desenvolvimento do setor agropecuário brasileiro e do país como um todo, assim como o setor, representado por suas entidades, não compactuam ou têm participação nos atos antidemocráticos acontecidos na Capital Federal”, afirma nota.

Durante pronunciamento sobre os atos, realizado em Araraquara (SP), cidade atingida por chuvas, o presidente Lula (PT) falou sobre a questão climática, avaliando que setores resistentes a proteção ambiental e tradicionalmente ligados ao ex-presidente podem estar envolvidos nos protestos. “É por isso que muita gente que estava em Brasília hoje quem sabe sejam garimpeiros, garimpeiros ilegais, quem sabe sejam madeireiros ilegais […], essa gente estava hoje lá, o agronegócio maldoso, aquele agronegócio que quer utilizar agrotóxico sem nenhum respeito à saúde humana, possivelmente também estava lá. Essa gente toda vai ser investigada, vai ser apurada e será punida.

A FPA alega que as afirmações são “descabidas e não retratam a real importância do agro brasileiro para o país”, afirmando ainda que a bancada e representantes do agronegócio prezam pela democracia e se posicionam contra quaisquer atos que gerem prejuízos aos país.

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura emitiu nota hoje (09) repudiando veementemente os ataques. “Mais do que atos de vandalismo, estas ações representam uma inaceitável afronta ao Estado Democrático de Direito. É vital, portanto, que o planejamento e a realização dos ataques sejam investigados e que seus responsáveis e financiadores sejam identificados e punidos nos rigores da lei. A Coalizão Brasil espera que a defesa da democracia permaneça como um princípio básico aos Três Poderes e à nossa sociedade”, diz o comunicado.

Além de repudiar os atos, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em nota, destaca a convicção de toda a agroindústria produtora de alimentos na preservação do Estado Democrático. “Não há outra maneira de manifestação admissível além daquela realizada pacificamente. Atos violentos são criminosos e devem ser punidos com todo o rigor da Lei”, diz o comunicado.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se manifestou pelo Twitter, considerando inaceitável “o ataque contra a democracia brasileira neste momento em que lutamos para recuperar a imagem do Brasil perante ao mundo”. Fávaro ainda classificou os fatos ocorridos como terrorismo. “Toda a força da lei deve ser aplicada para proteger o Brasil e os brasileiros e brasileiras que fizeram do nosso país uma grande democracia”, declarou o ministro.