Estimativa final

Safra de trigo gaúcha apresenta recuperação de 62% em relação à 2023

Safra não atingiu os resultados esperados no início do ciclo, mas superou a produção do ano passado e chegou a um dos maiores patamares na série histórica

Foto de lavoura de trigo pronta para colheita.
A produção de trigo chegou 3,7 milhões de toneladas | Foto: Leonardo Wink/Destaque Rural

A Safra de Inverno 2024 está concluída no Rio Grande do Sul após o encerramento da colheita de trigo, durante a última semana, nas regiões da Campanha, Sul e Campos de Cima da Serra. Com isso, a Emater/RS-Ascar divulgou a estimativa final da safra no Informativo Conjuntural desta quinta-feira (12).

A produção de trigo chegou 3,7 milhões de toneladas, 7,7% menor do que a estimativa inicial de mais de 4 milhões de toneladas, mas 62% superior ao resultado da safra de 2023. No ano passado, a safra foi fortemente impactada pelas chuvas excessivas no estado. A produção de 2024 é a segunda maior colheita de trigo no Rio Grande do Sul nos últimos dez anos, atrás somente da safra de 2022, que alcançou o recorde de 5,2 milhões de toneladas.

A produtividade estimada foi reavaliada para 2.839 kg/ha, sendo 8,41% inferior à projeção inicial, que era de 3.116 kg/ha, sendo a quarta safra mais produtiva nos últimos dez anos. “Os resultados obtidos apresentaram ampla variabilidade: de insatisfatórios – em parte das lavouras, devido à recorrência de chuvas durante as fases de enchimento de grãos e na colheita, causando a redução do peso dos grãos e germinação nas espiguetas — a expressivos, como no quadrante nordeste do Estado, onde o potencial produtivo foi preservado ao longo do ciclo”, relata a Emater-RS-Ascar.

Essas diferenças também se manifestaram na qualidade dos grãos, que foi insuficiente em parte das lavouras, o que deve impactar a rentabilidade dos produtores.

A área cultivada de trigo na Safra 2024 totalizou 1,3 milhão de hectares, a terceira maior área nas últimas dez safras.

Cevada

A safra da cevada foi concluída após a finalização da colheita nos Campos de Cima da Serra. A área cultivada neste ano chegou a 34,3 mil hectares. A estimativa final de produtividade é de 3,2 mil kg/ha, representando redução de 6,62% em relação aos 3,4 mil kg/ha projetados inicialmente. Dessa forma, a produção no Estado está avaliada em 110,2 mil toneladas, 1,3% menor do que a projeção inicial de 111,7 mil toneladas.

“A cevada é a cultura que apresentou a menor redução entre os cultivos de grãos de inverno, e a melhor produção ocorreu em áreas de topografia mais elevadas do Planalto, no quadrante nordeste do Estado. Estima-se que 95% dos cultivos destinados à indústria cervejeira tenham sua produção classificada como apta para malteação. Os grãos desclassificados apresentaram, predominantemente, insuficiência no calibre e no poder germinativo, não atendendo aos padrões técnicos exigidos”, informa a Emater/RS-Ascar.

Aveia branca

A colheita da aveia branca também foi finalizada nos quase 355 mil hectares cultivados. A produtividade sofreu redução de 9,17% em relação à estimativa inicial de 2.4 mil kg/ha, fechando a safra em 2,2 mil kg/ha. Já a produção foi reavaliada para 797,7 mil toneladas, 9,16% inferior às 878,2 mil toneladas estimadas no início da safra.

“A variação negativa foi influenciada por condições climáticas inapropriadas ao cultivo durante o ciclo produtivo, como chuvas intensas e ventos fortes, em algumas regiões do Estado, além de fatores relacionados ao manejo de fertilidade e à sanidade das lavouras”, aponta o Informativo Conjuntural.

Canola

A área da canola superou em 12,4% a projeção inicial de área, chegando a 151,7 mil hectares cultivados. Porém, a produtividade média foi inferior à expectativa, passando de uma estimativa de quase 1,7 mil kg/ha para cerca de 1,5 mil kg/ha, redução de 9,78%. A produção estadual da oleaginosa está estimada em 226,7 mil toneladas, pouco maior que as 226,5 mil toneladas projetadas em junho.

“A safra de canola apresentou desempenho geral abaixo do esperado, com significativa variabilidade na produtividade entre as lavouras. Esse comportamento está diretamente relacionado a fatores, como a densidade de plantas, a época de semeadura e o regime de precipitações ao longo do ciclo da cultura. Ademais, o excesso de chuvas e a nebulosidade em áreas expressivas, além de geadas pontuais, agravou a heterogeneidade nos resultados”, resume a Emater/RS-Ascar.