Trigo

Retomada do acordo de exportação entre Rússia e Ucrânia indica baixa nas cotações de grãos

Depois de suspender o acordo firmado com a Ucrânia para exportação de grãos pelo Mar Negro, no último sábado (29), a Rússia voltou atrás e afirmou, nesta quarta-feira (02), a retomada da operação. O retorno ocorreu após o país receber garantias sobre a não utilização da área para fins de operação militar, por parte da Ucrânia, em negociação mediada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Turquia.

A Rússia interrompeu o acordo justificando ter sido alvo da Ucrânia em ataque à frota do Mar Negro em um porto na Crimeia. A Ucrânia, porém, negou a autoria do ataque. A repercussão da ação foi sentida no preço das principais commodities agrícolas, que apresentam volatilidade na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) e nas demais praças. 

Conforme o analista de mercado de Commodities Agrícolas do Safras e Mercado, Elcio Bento, a retomada do acordo pode dar vazão a um volume de 11 a 13 milhões de toneladas de trigo ucraniano ainda nessa temporada. Com o acordo que iniciou em julho deste ano, a Ucrânia já exportou cerca de 10 milhões de grãos pelo Mar Negro. 

Comercialização

A maior disponibilidade dos grãos em nível mundial, indica uma baixa nas cotações do mercado internacional. Já no Brasil, além da oferta mundial e questões cambiais, a formação dos preços do cereal está atrelada também à quebra de safra na Argentina e no Paraná, e à alta expectativa de colheita do trigo gaúcho.

De acordo com a CEPEA, em 1º de outubro, o preço médio do trigo grão no Rio Grande do Sul, foi de R$ 1.689,88/tonelada e no Paraná,  R$ 1.854,40/tonelada. As médias atualizadas para a data de hoje ainda não foram fechadas.

O gerente sênior de relacionamento da hEDGEpoint Global Markets, Andrey Cirolini, ressalta a importância de se utilizar estratégias de gerenciamento de riscos para proteger as operações de compra e vendas de commodities. “Travas de alta ou de baixa são de grande valor nesse momento, porque trazem a oportunidade de participar de eventuais altas de mercado, já tendo um preço mínimo fixado ou ainda, protegendo estoques não comercializados de baixas eventuais”, explica.

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