As principais culturas da safra de inverno 2024/2025 já estão a campo e as condições das lavouras de Santa Catarina são consideradas boas. Conforme dados do projeto de acompanhamento das safras desenvolvido pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), toda a área prevista para a safra de trigo e de alho já foi plantada. No caso da cebola, cerca de 59% da área de plantio estimada foi implantada até o início deste mês. As informações foram divulgadas por meio do Boletim Agropecuário do mês de agosto e também estão disponíveis nos sites do Observatório Agro Catarinense e do Infoagro.
Com isso, a estimativa de maiores produtividades nesta safra de inverno está mantida para as três culturas mencionadas. Na safra 2023/2024, houve uma quebra significativa na produção devido ao excesso de chuva registrado em Santa Catarina, especialmente, em outubro e novembro.
Trigo
Com o encerramento da semeadura do trigo, a estimativa de área foi atualizada. Houve uma redução de 12,43% na área plantada em comparação com aquela registrada na safra anterior. A produtividade média estadual está estimada em pouco menos de 3,6 mil kg/ha, o que representa um aumento de 60,69% em relação à safra 2023/2024. Com isso, a produção deve crescer cerca de 40,72%. A condição das lavouras é considerada boa em 97% das áreas avaliadas e média nos outros 3%.
Conforme o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural, da Epagri/Cepa, João Alves, em julho, os preços médios recebidos pelos produtores catarinenses de trigo ficaram praticamente estáveis. Na variação anual, em termos nominais, o preço médio recebido em julho de 2024 foi 2,2% menor do que o registrado em julho de 2023. Já na comparação do preço médio mensal de julho com os praticados nos primeiros dez dias de agosto, é possível perceber um recuo de 0,48% no valor da saca de 60kg.
Alho
O levantamento da Epagri/Cepa aponta que foram plantados aproximadamente 656 hectares de alho na safra 2024/2025, isso é uma área cerca de 34% menor do que a da safra anterior. A boa notícia é que, até o momento, a condição das lavouras é considerada boa. De acordo com o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Jurandi Gugel, a safra catarinense de alho 2023/2024 já foi comercializada. No encerramento, em junho, o preço médio pago ao produtor para o alho categorias 4-5, foi de R$14,00 o quilo, redução de 30% em relação ao mês de maio.
Sobre os preços no atacado, as cotações do alho tiveram uma redução influenciada pelo início da comercialização da produção do centro do país. Na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), o alho classe 5 foi comercializado a R$23,79 o quilo, redução de 14,36% em relação ao início de junho. O alho classe 6 iniciou o mês a R$26,00 o quilo, redução de 13,13%, e o alho classe 7 a R$28,51 o quilo, redução de 13,07% na comparação com o mês anterior.
No primeiro semestre de 2024, as importações de alho foram de 105,76 mil toneladas, o que é 29,4% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.
Cebola
A estimativa, para a safra 2024/2025, é que a área plantada com cebola ultrapasse os 17,37 mil hectares em Santa Catarina. Isso representa uma redução de quase 6% em relação à safra anterior. Aproximadamente 59% dessa área já foi plantada e as condições das lavouras são consideradas boas. No mês de julho, o preço médio recebido pelos produtores catarinenses e as cotações da cebola no atacado tiveram redução na comparação com o mês anterior. De acordo com Jurandi, isso ocorreu devido ao aumento da oferta interna da hortaliça com a intensificação da comercialização do produto oriundo do centro do país.
O preço médio pago ao produtor catarinense pelo quilo da cebola, em julho, foi de R$36,00 a saca de 20 quilos, redução de 40% em relação ao mês de junho. Na Ceagesp, o mês de julho iniciou com o preço em R$5,69 o quilo para a cebola-nacional média – redução de 17,41% em relação ao preço do início de junho, quando foi de R$6,89 o quilo. Já as importações de cebola, no primeiro semestre de 2024, foram superiores a 252 mil toneladas, maior volume dos últimos anos.
Fonte: Epagri