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Cota extra para importação de trigo é aprovada

O país poderá importar mais 250 mil toneladas de trigo sem tributação até 31 de dezembro

Foto de lavoura de trigo.
Com a aprovação de 250 mil toneladas, a cota chega a 1 milhão de toneladas de trigo em 2024 | Foto: Brett Jordan/Unsplash

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) aprovou, nesta quarta-feira (18), o aumento da cota para importação de trigo. Com isso, o país poderá importar mais 250 mil toneladas de trigo sem tributação até 31 de dezembro. A medida era uma solicitação da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo).

De acordo com nota do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), já ocorreu o consumo de cerca de 95% da cota de importação no ano em curso, de 750 mil toneladas. A pasta afirma que o objetivo é evitar o “eventual desabastecimento” de trigo.

A solicitação da Abitrigo era de que a cota passasse para 1,25 milhões de toneladas. Com a aprovação de 250 mil toneladas, a cota chega a 1 milhão de toneladas de trigo que poderão ser importadas sem a cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC) no ano de 2024.

Custos adicionais

De acordo com a associação, a solicitação de cota extra foi realizada em julho e visava evitar custos adicionais para importação de trigo durante a entressafra. “Nesse período haveria um custo adicional, sobretudo para os moinhos do Nordeste, que teriam que importar o trigo para suprir a necessidade interna, já que não havia oferta de trigo nacional e nem de trigo argentino”, disse o presidente-executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa, em entrevista ao Portal Destaque Rural.

A entidade defende também que as 500 mil toneladas solicitadas não teriam impacto no mercado pois seriam importadas durante os meses de entressafra, entre junho e setembro. Mesmo com o atraso, algumas empresas devem se beneficiar da importação de trigo no mês de setembro.

Risco de desabastecimento

Apesar da declaração do MDIC, a indústria defende que nunca houve risco de desabastecimento de trigo. “Em nenhum momento houve risco de desabastecimento do mercado interno, porque havia trigo no exterior. O nosso pedido tinha que ver com o aumento do custo para o Brasil pela importação do trigo de fora do Mercosul”, ressalta Barbosa.

De agosto de 2023 a julho de 2024, o Brasil importou 5,7 milhões de toneladas, com uma produção de 8 milhões de toneladas e estoque final de apenas 505,3 mil toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na safra 2024/2025, o Brasil deve colher 8,8 milhões de toneladas e importar 6 milhões de toneladas.

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