Em setembro, o IPPA/CEPEA (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) recuou 0,8%, em termos nominais, frente a agosto de 2021. Este resultado se deve às quedas observadas para o IPPA-Grãos e IPPA-Pecuária, de 1,1% e de 2,3%, respectivamente. Por outro lado, o IPPA-Hortifrutícolas avançou 3,5% e o IPPA-Cana-Café, 3,1%. Segundo pesquisadores do Cepea, para o grupo de grãos, o movimento foi influenciado sobretudo pelo recuo dos preços nominais do milho, seguido pelos valores do arroz e, mais sutilmente, do trigo. No caso do milho, a pressão veio da retração de compradores, do avanço da colheita da segunda safra e da redução das exportações.
Para o arroz, pesquisadores do Cepea indicam que, após a reação esboçada em agosto, os preços nominais do grão voltaram a recuar em setembro, devido à demanda desaquecida. Já entre os produtos da pecuária, a principal queda observada foi para os preços nominais do boi gordo, seguido pelos dos ovos e, em menor intensidade, do suíno vivo e do frango vivo. No caso do boi gordo, a desvalorização esteve atrelada ao afastamento de compradores do mercado interno, após divulgação de notícias indicando dois casos atípicos da “doença da vaca louca” no início de setembro e à consequente suspensão dos envios de carne à China.
Quanto aos hortifrutícolas, o resultado do índice se deveu aos aumentos dos preços da uva, da batata, da banana e, principalmente, do tomate. Em setembro, o avanço dos valores do tomate foi reflexo da baixa oferta do produto. Por fim, o índice formado por cana-de-açúcar e café teve seu desempenho atrelado às altas nominais de ambos os produtos. No caso do café, o avanço se deve a preocupações relacionadas à oferta global. Na mesma comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais, calculado e divulgado pela FGV, caiu 1,64% – logo, de agosto para setembro, os preços agropecuários subiram frente aos industriais da economia.
Fonte: Cepea (www.cepea.esalq.usp.br)