O preço da saca de 60 quilos de soja despencou 34% em comparação com o mesmo período do ano passado, passando de R$ 167 para R$ 111, em média, no Rio Grande do Sul, segundo dados da Fecoagro/RS. A queda vertiginosa, de 8% apenas em janeiro, coloca em risco a rentabilidade da safra e a sustentabilidade do setor.
Produtividade baixa e custos altos
A baixa produtividade, intensificada pela estiagem dos últimos anos, agrava a situação. Os custos de produção, por outro lado, permanecem altos, com insumos como combustíveis e maquinário agrícola sem acompanhar a queda no preço da soja. As dívidas com financiamentos também pressionam o orçamento dos produtores.
Escoamento das vendas
Para tentar minimizar o impacto da queda do preço, alguns produtores estão optando por escalonar as vendas da soja. A estratégia consiste em reter parte da produção e negociar ao longo do tempo, buscando obter um valor médio mais vantajoso. No entanto, essa alternativa nem sempre é viável para pequenos produtores, que precisam vender a colheita rapidamente para arcar com custos e dívidas.
Planejamento e profissionalização
Especialistas alertam que a gestão eficiente, o planejamento e a profissionalização são fundamentais para que os produtores de soja consigam superar os desafios e garantir a sustentabilidade do setor. O diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Alencar Rugeri, destaca que o cenário exige adaptação e busca por alternativas para driblar os preços baixos.
Próxima safra
As perspectivas para as próximas safras de soja ainda são incertas. A desvalorização da commodity, aliada aos fatores climáticos e geopolíticos, exige cautela dos produtores. A busca por novas tecnologias, a diversificação da produção e a otimização dos custos serão essenciais para a superação da crise e a construção de um futuro mais resiliente para o setor.