Avanço

Colheita da soja se aproxima da metade da área cultivada no RS

Produtividade nas áreas remanescentes está ameaçada pela chuva e umidade

Foto de colheitadeira operando em lavoura de soja sob céu azul com poucas nuvens.
Produtores aceleraram o processo antes da chuva | Foto: Alencar Rugeri/ Emater/RS-Ascar

A colheita da soja avançou na última semana no Rio Grande do Sul, passando de 38% para 49% dos mais de 6,6 milhões de hectares cultivados. As condições climáticas mais secas e a previsão de chuva, que ocorreu nos últimos dias, fizeram com que os produtores acelerassem o processo. Com isso, os grãos colhidos estão com teor de umidade próximas ao ideal, segundo o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (18) pela Emater/RS-Ascar.

A colheita avançou de forma mais expressiva nas regiões Norte e Oeste do Estado, com 70% da área colhida. Já no Sul e Leste, a taxa média está em 30%.

Chuva

Nas áreas remanescentes, a chuva atrasa o processo e preocupa, principalmente na metade Sul do Estado, onde o ciclo da oleaginosa já foi encerrado. O município de Dom Pedrito, por exemplo, registrou o volume mais elevado de chuvas para esse período nos últimos 40 anos, com mais de 260 mm.

A Emater/RS-Ascar alerta que, caso esse excesso de umidade se prolongue, esses grãos ficarão suscetíveis a perdas pós-maturação, tais como apodrecimento, infestação fúngica, germinação prematura e debulha causada pela oscilação entre a secagem e o umedecimento das vagens.

Além disso, também há riscos relacionados à operação mecanizada de colheita em terrenos excessivamente úmidos, bem como dificuldades logísticas para o transporte dos grãos até os pontos de armazenamento e comercialização, dada as precárias condições de tráfego nas estradas secundárias, que apresentam acumulação de barro.

Produtividade

A produtividade no estado continua excedendo as expectativas iniciais, mesmo com grandes diferenças de resultados conforme a região. No Sudeste e Noroeste houve redução do nível pluviométrico, enquanto nas demais regiões o volume de chuvas foi suficiente. A intensidade da infestação de doenças no final do ciclo também impactou esses resultados. A produtividade média estimada para o Estado é de 3.339 kg/ha.

Em relação ao manejo fitossanitário, continuaram as pulverizações com fungicidas, aproveitando as breves janelas climáticas favoráveis, nas lavouras de ciclo mais longo, semeadas no final de janeiro. Essas aplicações visaram proteger as lavouras contra ferrugem-asiática e outras doenças até o encerramento do ciclo, previsto para o final de abril.

Com informações da Emater/RS-Ascar