Safra

Semeadura da soja atinge metade da área prevista no RS; colheita do trigo avança para a reta final

Já o plantio do milho avançou pouco na última semana, de 81% para 84% da área

Foto aérea da semeadura da soja.
A área de cultivo da soja está estimada em 6,8 milhões de hectares | Foto: Banco de Imagens

A semeadura da soja atingiu metade da área projetada para a cultura no Rio Grande do Sul. Desde a última semana, o processo avançou 10 pontos percentuais. A área de cultivo está estimada em 6,8 milhões de hectares e a produtividade média em 3.179 kg/ha.

De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (21) pela Emater/RS-Ascar, o ritmo de semeadura das lavouras foi influenciado diretamente pelos níveis de umidade do solo, que variaram conforme a distribuição irregular de precipitações no Estado.

As lavouras implantadas no início de novembro apresentam germinação uniforme e desenvolvimento inicial satisfatório. Já as áreas semeadas recentemente apresentam emergência irregular, porém a Emater/RS-Ascar avalia que as precipitações devem uniformizar o estabelecimento das plantas.

“As aplicações de herbicidas para manejo pré-plantio e pré-emergentes também apresentaram restrições devido aos ventos constantes e à baixa umidade relativa do ar em certos períodos do dia”, informa o documento.

Trigo

A colheita do trigo avançou na última semana e chegou a 92% dos mais de 1,3 milhão de hectares cultivados no estado. Ainda estão no campo lavouras localizadas em altitudes mais elevadas no Planalto e ao Sul, especialmente na Campanha, regiões tradicionalmente associadas ao cultivo tardio.

A produtividade está estimada em 3,1 mil kg/ha, mas os resultados e qualidade da safra apresentam variações significativas entre as regiões. Os melhores resultados estão no Planalto e Nordeste do estado, que estão finalizando uma safra plena. No entanto, no Noroeste, no Centro e na Metade Sul, os resultados ficaram abaixo da média estadual devido às chuvas prolongadas, que dificultaram o manejo fitossanitário ou incidiram no momento da colheita.

“Nas regiões com menor desempenho, diversos produtores têm solicitado perícias para avaliação das lavouras, dado que a receita obtida não cobre os custos dos financiamentos contratados”, relata o Informativo.

Milho

O plantio do milho avançou pouco na última semana, de 81% para 84% da área. O cereal deve ser cultivado em 748,5 mil hectares, com produtividade média de 7,1 mil kg/ha.

A maioria das lavouras segue em fase de desenvolvimento vegetativo (58%), enquanto o restante está em florescimento (26%) e em enchimento de grãos (16%). “Os baixos regimes de chuva acarretaram sintomas de déficit hídrico nas lavouras de sequeiro. A situação é preocupante especialmente em relação às áreas em floração, fase mais sensível da cultura. Nas localidades onde choveu no início de novembro, os sintomas foram mitigados nos solos sem compactação. Porém, onde as chuvas foram escassas ou chegaram tardiamente, a perda de produtividade está consolidada”, relata a Emater/RS-Ascar.

O potencial produtivo segue elevado em áreas irrigadas ou com boas condições hídricas. A alta disponibilidade de radiação solar durante o dia e as temperaturas amenas à noite estão favorecendo as lavouras, que estão respondendo bem aos manejos realizados, incluindo a adubação nitrogenada em cobertura e o controle de plantas daninhas.

Feijão

A semeadura da primeira safra de feijão foi concluída na maioria das regiões do Rio Grande do Sul. As áreas remanescentes estão localizadas nas regiões Sul e Nordeste, especialmente nos Campos de Cima da Serra, onde se adota cultivo único com plantio tardio, concentrado no mês de dezembro. Para a safra 2024/2025, a Emater/RS-Ascar projeta o cultivo de cerca de 28,9 mil hectares e a produtividade média estimada é de 1,8 mil kg/ha.

“O tempo seco, de altas temperaturas, baixa umidade relativa do ar e ventos ocasionais da última semana, configurou-se como um fator climático desfavorável à cultura, que já apresenta sinais de estresse hídrico. A maior parte das lavouras encontra-se na fase reprodutiva (florescimento, formação de vagens e enchimento de grãos) e restrições hídricas nesse estágio podem afetar a produtividade. Contudo, até o momento, o quadro não é considerado crítico. As precipitações ocorridas recentemente poderão amenizar a situação e limitar perdas”, avalia a entidade.

Com informações da Emater/RS-Ascar