Arroz

Qualidade do arroz é definida antes mesmo do plantio segundo especialistas

Escolher sementes de qualidade e com um bom potencial genético e rotacionar a cultura com oleaginosas como a soja possibilitam maiores ganhos de produção

foto de uma lavoura de arroz.
Qualidade do arroz é definida antes mesmo do plantio segundo especialistas | Foto: CNA Brasil/Divulgação

 O Brasil é o maior produtor de arroz fora da Ásia, com grãos amplamente reconhecidos no mercado global por sua qualidade, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Esse diferencial é resultado de uma cadeia produtiva cada vez mais comprometida com boas práticas agrícolas, que vão desde a escolha das sementes até o manejo adequado na colheita e armazenagem. Na safra 2024/2025, a produção brasileira de arroz deve ficar em torno de 12,1 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

O professor e pesquisador da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel Maurício Oliveira salienta que a qualidade do arroz começa a ser definida antes mesmo do plantio, já no desenvolvimento do genótipo. “Este processo é orientado pelas exigências do mercado, que priorizam grãos inteiros, claros e com poucos defeitos”, afirma. “Por isso, variedades com resistência a doenças fúngicas e maior uniformidade de maturação são mais competitivas nesse sentido”, acrescenta.

Mauricio Oliveira, professor da UFPel | Foto: Máquina/Divulgação

Nos últimos anos, o uso de sementes com melhoramento genético tem ganhado espaço nas lavouras brasileiras, com destaque para as cultivares híbridas. Essas variedades têm se consolidado como aliadas do produtor, pois combinam características que influenciam diretamente a rentabilidade e a qualidade dos grãos.

O híbrido é um tipo de arroz obtido por cruzamento de sementes visando ganhos genéticos superiores, como rendimento de grãos inteiros, mais brancos ou mais soltos”, destaca Oliveira.  As vantagens dessas variedades no campo geralmente estão associadas a ganhos de produtividade, qualidade de consumo e introdução de novas tecnologias na lavoura, segundo ele.

A Basf, que atua no desenvolvimento de soluções para a agricultura, é uma das empresas que investem em melhoramento genético e desenvolvimento de sementes híbridas. Quando associados a um manejo eficiente, os híbridos podem elevar em até 25% a rentabilidade da lavoura quando comparados com outras cultivares, conforme a companhia.

Genética e manejo caminham lado a lado

A busca por qualidade não se encerra na escolha de sementes do arroz, mas também depende da condução das demais etapas do cultivo, como orienta a gerente de Marketing de Cultivos e Portfolio de Arroz e Trigo da Basf, a engenheira agrônoma Graziela de Morais.

Engenheira agrônoma Graziela de Morais e Silva, da Basf | Foto: Máquina/Divulgação

Além da escolha da semente, é fundamental que o produtor adote um manejo integrado ao longo de todo o ciclo da cultura. Isso inclui atenção ao preparo do solo, controle de plantas daninhas, pragas e doenças, e o cuidado no momento da colheita e pós-colheita. Todas essas etapas impactam diretamente na qualidade final do arroz que chega à mesa do consumidor”, explica.

Boas práticas agrícolas que fazem a diferença na qualidade final do arroz

  • Escolher sementes de qualidade e com um bom potencial genético;
  • Adotar um programa de manejo químico eficiente para o controle de plantas daninhas e doenças;
  • Rotacionar a cultura com oleaginosas como a soja para maiores ganhos de produção;
  • Ficar atento ao ponto ideal de colheita: em condições de alta umidade, há maior incidência de defeitos nos grãos, enquanto uma colheita com umidade muito baixa pode elevar o percentual de grãos quebrados;
  • Fazer o armazenamento pós-colheita adequado para preservar a aparência e evitar o amarelamento dos grãos.

Fonte: Engenheira agrônoma Graziela de Morais, Gerente de Marketing de Cultivos e Portfolio de Arroz e Trigo da Basf.