Fruticultura

Produtores de maçã enfrentam desafios na colheita

Clima desfavorável afeta a produção de maçã pelo terceiro ano consecutivo e causa preocupa entre os produtores.

Pessoas colhendo maçã no sul do país
Foto: Artur Alexandre / Divulgação

A safra de maçãs no Sul do Brasil está sendo impactada por condições climáticas adversas, resultando em preocupações para os produtores da região. O ano de 2023 foi marcado por um inverno mais quente e chuvas excessivas durante a florada, resultando em menor produção e frutas de tamanho reduzido.

Moisés Lopes de Albuquerque, diretor Executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), destaca que o clima desfavorável afeta a produção pelo terceiro ano consecutivo. Em 2022 e 2023, os pomares enfrentaram os efeitos da seca, enquanto, em 2024, foram as chuvas que prejudicaram a colheita.

Apesar da expectativa inicial de uma supersafra, as chuvas durante a florada impactaram a produção em todas as regiões, resultando em perdas. A ABPM estima que a colheita de maçãs em 2024 atinja aproximadamente 1,1 milhão de toneladas, em comparação com 1,28 milhão de toneladas em 2021, quando não houve problemas climáticos.

Uma preocupação adicional é a remuneração mais baixa para os produtores, devido ao tamanho menor das frutas. O preço médio está em torno de R$ 110 por caixa de 18 quilos, uma queda de cerca de 12% em relação ao ano anterior.

Enquanto alguns produtores enfrentam desafios, a empresa gaúcha Rasip, integrante do grupo RAR, tem planos de aumentar sua produção em 2024. Após condições climáticas adversas em 2023, a empresa pretende atingir mais de 61 mil toneladas de maçãs, um aumento significativo em relação às 55 mil toneladas colhidas no ano anterior.

Além disso, a Rasip planeja aumentar as exportações em 30%, atingindo mais de 13 países. Destinos como Rússia, Bangladesh, Irlanda, Inglaterra, Colômbia, Singapura e Emirados Árabes estão entre os mercados que receberão as mais de 13 mil toneladas de maçãs produzidas pela empresa de Vacaria. Cerca de 75% da produção da Rasip é destinada à variedade de maçãs Gala, enquanto os 25% restantes correspondem às variedades Fuji e outras. Apesar dos desafios enfrentados pelo setor, algumas empresas buscam estratégias para superar as adversidades climáticas e manter a qualidade da produção de maçãs na região.