As chuvas interromperam na semana passada o avanço da semeadura da canola no Rio Grande do Sul, embora grande parte dos produtores já tenha concluído o plantio nos períodos anteriores. Os elevados volumes pluviométricos dificultaram a emergência das plantas, especialmente nas lavouras semeadas mais recentemente, onde a alta umidade provocou selamento superficial do solo. A Emater/RS-Ascar projeta o cultivo de 203.206 hectares, e a produtividade é de 1.737 quilos por hectare, representando aumento de 37,41% e de 22,56%, respectivamente, em relação à safra passada.
No Noroeste do Estado, nas áreas implantadas mais precocemente, observam-se falhas no estande, atribuídas tanto à emergência irregular quanto à ocorrência de pragas nas plântulas em fase de estabelecimento. Essa condição pode comprometer o potencial produtivo das lavouras. Contudo, como os cultivos ainda estão em estágio inicial de desenvolvimento da cultura, não é possível quantificar as perdas com precisão.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a estimativa de plantio é de 25.995 hectares, dos quais 78% foram semeados. No entanto, parte dessa área deverá ser replantada, porque as lavouras foram significativamente impactadas pelas fortes precipitações do período. Os produtores anteciparam a semeadura na primeira quinzena de junho, buscando concluir os trabalhos antes do encerramento da janela do Zarc. Porém, diversas lavouras foram atingidas durante as fases de germinação e emergência, que são estádios de alta sensibilidade ao encharcamento. Em Manoel Viana, os 7,3 mil hectares previstos foram integralmente semeados, mas amplas áreas apresentam estande inadequado, exigindo replantio em decorrência de enxurradas e processos erosivos, que arrastaram sementes, fertilizantes e solo.
Na de Frederico Westphalen, cerca de 65% estão em fase vegetativa, e 35% em floração. Na de Ijuí, a semeadura foi finalizada. As chuvas impossibilitaram a realização de tratos culturais. As plantas evoluíram rapidamente para os estádios de elongação da haste principal e emissão de inflorescências. Observa-se maior densidade de plantas nas áreas semeadas entre final de maio e início de junho.
Na de Santa Maria, 92% foram semeados. A maior parte das lavouras está em fase de desenvolvimento vegetativo, e pequena parcela em início de floração. Na de Santa Rosa, a semeadura permaneceu em 97% da área projetada. Estão em desenvolvimento vegetativo 76% dos cultivos, e em fase de florescimento 24% (alguns já iniciam o enchimento de grãos).
Na de Soledade, a semeadura foi concluída. As chuvas intensas provocaram perdas de fertilidade do solo decorrentes de erosão hídrica, principalmente em pontos de concentração do escoamento superficial.