As chuvas da semana passada proporcionaram o avanço da semeadura da soja, que alcançou 64% da área prevista de 6,8 milhões de hectares no Rio Grande do Sul. A atualização foi divulgada nesta quinta-feira (28) no Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar.
“Os produtores estão priorizando o plantio em condições ideais para minimizar o risco de necessidade de replantes. À medida que a umidade do solo diminui, o ritmo dos trabalhos de preparo e dessecação estão sendo ajustados”, relata o documento.
Até o momento, as áreas semeadas entre o final de outubro e o início de novembro apresentam excelente germinação e estande. Já nas regiões onde a incidência de chuvas foi menor, as lavouras semeadas na semana passada apresentam grande variabilidade na emergência. A produtividade média da soja pode chegar a quase 3,2 kg/ha, em média, no estado.
Conforme a Emater/RS-Ascar, áreas com maior aporte de palhada em cobertura demonstram emergência uniforme, enquanto aquelas com menor cobertura exibem sementes não germinadas, embora ainda viáveis. Nas lavouras que receberam chuvas superiores a 10mm, a germinação das sementes foi retomada, o que deve favorecer a uniformidade do estande. “Porém, o desenvolvimento inicial das plantas está lento, caracterizado por folhas menores e maior alongamento dos entrenós, refletindo o impacto das condições adversas”, informa a entidade.
Milho
A semeadura do milho evoluiu apenas quatro pontos percentuais, atingindo 88% da área de 748,5 mil hectares projetada para a safra. As lavouras em desenvolvimento vegetativo representam 42% da área. Houve avanço no estádio reprodutivo, com 27% em florescimento e 31% em enchimento de grãos.
As chuvas elevaram o teor de umidade nos solos e o quadro de déficit hídrico foi amenizado onde o volume pluviométrico foi maior, especialmente nas lavouras com solos profundos e bem estruturados. Em áreas irrigadas, o potencial produtivo está elevado. As plantas têm sido favorecidas pela alta disponibilidade de radiação solar durante o dia e pelas temperaturas amenas à noite.
No entanto, as lavouras de sequeiro foram prejudicadas pela escassez hídrica em novembro, principalmente nas regiões Noroeste e Centro, sendo que algumas lavouras já têm perdas consolidadas. “As plantas afetadas apresentam sintomas, como enrolamento das folhas superiores, senescência das folhas inferiores e secamento dos pendões”, relata a Emater/RS-Ascar. Caso as chuvas sigam escassas nessas áreas, pode haver grande demanda por seguros agrícolas ou Proagro.
A produtividade média da cultura no estado está estimada em 7,1 mil kg/ha.
Cebola
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar Passo Fundo, os produtores dos cultivos do tarde estão dando atenção especial aos tratos culturais, principalmente controle fitossanitário, devido ao elevado índice de precipitação e à baixa luminosidade, que favorece o aparecimento de doenças. Os produtores do cultivo do cedo iniciam a colheita, que apresenta boa qualidade e chega a 5% da área plantada. A grande oferta do produto proporciona queda nos preços pagos aos agricultores. Em Ibiraiaras, está a R$ 0,75/kg.
Folhosas
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Lajeado, em Feliz, a rúcula produzida em ambiente protegido, dada sua dinâmica e rápido ciclo produtivo, encontra-se em distintas fases de produção, desde o transplante à colheita, que apresenta elevada qualidade. Nesse sistema, que possui até 10 ciclos produtivos por ano na mesma área, os problemas fitossanitários com fungos de solo foram praticamente eliminados. O maço de rúcula está sendo comercializado, em rede de supermercado e na Ceasa, entre R$ 15,00 e R$ 20,00/dz.
Melão e melancia
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, em São Gabriel, o plantio de melancia já foi realizado em 52 hectares de 75 hectares estimados. O plantio está sendo escalonado para manter disponibilidade da fruta no mercado, ao longo dos próximos meses, quando a demanda é significativamente mais alta. As lavouras mais adiantadas estão em fase de frutificação, e o início da colheita está previsto para a partir de 10 de dezembro. De maneira geral, as lavouras apresentam boa sanidade, porém os ventos fortes constantes em áreas de relevo elevado e que não possuem proteção causaram a deformidade das folhas e o enrolamento dos baraços, consequentemente provocando danos nas frutas em formação, que ficam expostas ao sol.
Com informações da Emater/RS-Ascar